framework: A Geração Z não é tão digital assim

bizi | 26.03.24

Contrariando todos os achismos, uma matéria do Byte (do portal Terra) mostrou que a Geração Z não é tão digital assim quando se trata do trabalho.

Sim, é surpreendente! Muitos profissionais sentem falta de habilidades mais subjetivas na geração, as chamadas soft skills. Mas o grande plot twist é descobrir que até mesmo habilidades mais técnicas ligadas ao domínio do digital estão em falta para esses jovens.

Apesar de serem hiperconectados em todos os aspectos da vida, isso não significa necessariamente que eles sabem converter esse tempo de tela em aprendizados. É como alguém que passa muito tempo no campo de futebol, mas não sabe jogar. Faz sentido?

“Ao mesmo tempo em que são lidos como insuficientemente treinados em habilidades valorizadas por outras gerações, como análise de dados e gestão de projetos, os mais novos priorizam a qualidade de vida sobre o sucesso profissional convencional, rejeitando os — até então — cobiçados cargos de gerência.”
— Byte

De acordo com o professor de psicologia do trabalho e supervisor de estágio na Escola Superior de Propaganda e Marketing (ESPM), Victor Richarte Martinez, isso pode ser fruto da forma como os profissionais da geração Z usam a tecnologia.

Segundo ele, a geração está “terceirizando a tarefa de refletir”.

A doutora em comunicação pela UFPA e especialista em relações geracionais com a tecnologia, Camila Simões, pensa da mesma forma:

“Eles estão cortando caminhos. E quando você nasce em uma lógica de corte, você perde a noção de que as coisas têm início, meio e fim, e vai se distanciando da capacidade de otimização de processos. Todos queremos os atalhos, os ‘life hacks’, mas não existe caminho curto para o aprendizado.”
— Byte

E até os próprios jovens da geração sentem o problema:

  • De acordo com um estudo da Dell, 37% da geração Z sente que a educação formal falhou em prepará-los para o mundo digital;
  • 56% relatam insuficiência em habilidades digitais fundamentais.

Segundo os especialistas, essa lacuna tem dois vilões principais:

1) O TikTok

Sim, o famigerado app de vídeos curtos, alvo de muitas polêmicas atualmente, também foi apontado aqui como um dos causadores da desinformação. Fato é que os jovens da geração Z não pesquisam mais no Google ou buscadores convencionais, mas sim no TikTok. E como por lá o conteúdo não tem exatamente uma curadoria, rolam muitas fake news, informações pela metade e até inventadas, visto que a criatividade da geração Z, não dá para negar, é uma de suas marcas registradas.

Não leve a mal, não estamos julgando a geração, mas é como se ela fosse vítima de seus próprios hábitos.

Não querendo apontar mais dedos para o TikTok (somos fãs da plataforma, quando utilizada com equilíbrio), também temos que reconhecer as consequências negativas no cérebro dos usuários pelo alto consumo do app, que podem levar até ao vício.

2) A inteligência artificial

Sim, é claro que a tecnologia estaria envolvida nessa polêmica também. Mas, repare, não é algo intrínseco à ela, mas a forma como a geração Z tem utilizado ferramentas de IA no seu dia a dia.

Se você conversar com qualquer professor que atua hoje na educação para o ensino médio, eles podem confirmar que o ChatGPT é autor recorrente de muitos trabalhos.

Fato é que a geração compartilha do mesmo problema dos profissionais que já estão no mercado quando se trata da IA: não seria nem um pouquinho ruim utilizar a IA como forma de aprendizado; grave é usar a tecnologia para fazer todo o seu trabalho, levar crédito por isso e nem ao menos entender o processo para chegar até o resultado.

“Para Fabio Campos, pesquisador do laboratório Transformative Learning Technologies Lab (TLTL) da Universidade de Columbia (EUA), o essencial é que os jovens adquiram uma base em alfabetização digital e midiática. O resto do processo do aprendizado vai ser naturalmente mutável, para bem ou para mal.”
— Byte

Parece irônico pensar que o que poderia salvar a geração seriam aqueles cursinhos de informática que nós fizemos, lá no início dos 2000 e 2010, não é?

Tão irônico quanto isso é pensar que é papel das gerações mais velhas ensinar a geração Z a usar o digital e seus benefícios. Não só parece, como literalmente o jogo virou!

Sabemos que liderar equipes multigeracionais é um desafio, já falamos sobre isso. Mas mais do que liderar, o Byte deixa claro que é papel da liderança inspirar esses jovens em pelo menos 3 aspectos:

  • A aprenderem uma nova habilidade — nesse caso, claramente, a necessidade de lidar com o digital de forma saudável, responsável e consciente;
  • A cooperarem entre si e também com outras gerações, para melhorar e enriquecer o ambiente de trabalho para todos;
  • Por fim, a evoluírem em suas carreiras, já que grande parte da geração não tem essa ambição, mas isso não é sustentável a longo prazo.

Sinceramente, essa descoberta pegou a redação completamente de surpresa, mas queremos ouvir a sua opinião. Já esperava isso sobre a geração Z? Conta pra gente!

+ Sobre o mercado de trabalho:

É fato que vários executivos querem a volta para o trabalho presencial. Mas você sabe o porquê? Essa matéria da BBC trouxe alguns motivos.

A geração Z realmente não sai da pauta dos líderes do mercado de trabalho. Até porque, de acordo com um estudo do Ecossistema Great People & GPTW, lidar com a geração é um desafio para 68% deles.

Não perca nenhuma novidade!

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