não é cinema, mas é hype: Cat bonds, a crise climática traduzida na bolsa de valores

bizi | 01.04.25

A crise climática tomou proporções tão grandes que foi parar até na bolsa de valores de Nova York, a Nyse.

Nos títulos de catástrofes, chamados pelo apelido carinhoso de “cat bonds”, a movimentação não segue as variações da economia, mas os desastres ambientais.

“Cat bond é um título que faz um pagamento ao seu emissor (no caso, às seguradoras) quando um determinado desastre dispara gatilhos bem definidos: um furacão que cause US$ 500 milhões em perdas seguradas, uma chuva que ultrapasse 10 mililitros em 10 minutos ou um terremoto que supere a magnitude 7.”
— UOL Notícias

Um investimento de alto risco, alto rendimento e um pouco de bizarrice

Obviamente, esse é um investimento de alto risco. Funciona assim: 

  • Os cat bonds são ofertados na bolsa com valores atrativos. Segundo a Forbes, “cada uma dessas emissões corresponde a um potencial evento catastrófico em uma região, como um terremoto de grande magnitude em uma cidade x, incêndios florestais na região y ou um furacão no estado z”;
  • Investidores compram esses títulos, provendo o capital que as seguradoras precisam;
  • Aí tem duas possibilidades: 1) se a catástrofe não acontecer, os investidores recebem o dinheiro investido + o % de juros, e 2) se acontecer, esse dinheiro é praticamente todo destinado a financiar as apólices.

Até então, esse processo era exclusivo para investidores institucionais (e de perfil sofisticado). Mas, a partir de agora, ele passará a estar disponível para um grupo maior de investidores, com a chegada de um ETF (Exchange Traded Fund ou “Fundo Negociado em Bolsa”), meio que a porta de entrada para investimentos mais pesados em renda variável.

O fundo inédito no mercado financeiro se chamará “Brookmont Catastrophic Bond ETF”, acompanhando 75 dos cerca de 250 cat bonds do mercado atual, que é altamente lucrativo, por sinal. 

Segundo a Forbes, esse é um mercado avaliado em cerca de US$ 50 bilhões no mundo todo, com crescimento anual de US$ 10 bilhões. Se formos considerar as condições atuais do planeta (praticamente em ebulição), a expectativa é que esses valores aumentem ainda mais.

Cerca de 80% dos cat bonds se concentram nos Estados Unidos, mas a ideia já começou a expandir para países com Japão e partes da Europa.

O contexto

Pode parecer estranho para nós, mas nos EUA faz todo o sentido.

Enquanto, por aqui, o seguro mais vendido é o de automóveis, por lá, é o de desastres naturais. Alguns exemplos são os furacões, inundações, nevascas e incêndios que, recentemente, causaram estragos sem precedentes em Los Angeles — EUA.

Com o aumento dessas ocorrências, as seguradoras se viram obrigadas a serem mais dinâmicas em sua capitalização.

“Por isso, elas [as seguradoras] também buscam proteção, comprando os chamados resseguros, que são seguros vendidos para seguradoras. As resseguradoras rentabilizam o dinheiro que recebem (as chamadas reservas técnicas) no mercado de capitais.”
— Forbes

A origem dos cat bonds

A mudança para ETF é recente, mas os cat bonds são como os jovens da geração Z: já têm quase 30 anos. 

Tudo começou depois da passagem do furacão Andrew pela Flórida, causando danos estimados em US$ 27 bilhões — pouco mais da metade estavam segurados — e recebendo o título de maior desastre natural da época, em 1992.

O resultado? Oito seguradoras faliram e outras ficaram muito perto disso. Cinco anos depois, em 1997, nasceu o mercado de títulos de catástrofe.

  • Segundo a empresa de inteligência de dados, Artemis, desse início até 2005, a emissão de cat bonds ficou concentrada em um pequeno grupo de seguradoras, com média de US$ 1,2 bilhão;
  • Em 2006, essa média passou para US$ 4,7 bilhões, em 2007 para US$ 7 bilhões;
  • Em 2024, o valor chegou a US$ 16,5 bilhões. 

Portanto, essa é uma opção mais sustentável e segura (com o perdão do trocadilho infame) para as seguradoras; uma forma de sobreviver, mesmo depois de ajudar seus segurados a se recuperarem. 

+ Crise climática e o que temos a ver com ela:

De acordo com a Agência Internacional de Energia Renovável (IRENA, na sigla em inglês), batemos o recorde de geração de energia renovável no ano passado. 92,5% da nova eletricidade veio de fontes limpas, como energia solar ou eólica. Tomara que continue nesse ritmo, não é mesmo?

Recentemente, essa campanha da Telekom mexeu muito com a gente. Em parceria com a Miniatur Wunderland, um dos principais pontos turísticos da Alemanha, a empresa fez uma ativação interativa, usando realidade aumentada para mostrar o que a crise climática pode provocar nas cidades nos próximos anos.

Não perca nenhuma novidade!

Por aqui, você vai encontrar um resumo de tudo que está rolando no mercado, de forma prática, dinâmica, rápida e com um toque de humor

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