última news: A IA vai acabar… ou não

bizi | 03.11.23

A primeira regulamentação sobre IA dos EUA

Finalmente a palavra do ano de 2023 foi escolhida e, obviamente, não poderia ser outra: inteligência artificial, ou IA.

De acordo com o dicionário Collins, responsável por essa escolha, o termo descreve “a modelagem de funções mentais humanas por programas de computador” e é considerada “a próxima grande revolução tecnológica”.

Se você esteve presente na internet nos últimos meses, sabe que a IA foi protagonista de muitos, mas muitos debates, tanto online quanto presenciais, e isso não é à toa. O termo, que começou a ser difundido principalmente depois do lançamento no ChatGPT, em 2022, começou a gerar importantes discussões sobre o uso adequado e inteligente desta tecnologia. 

Foi assim, inclusive, que, no final de outubro, o debate chegou oficialmente até a Casa Branca.

Na última segunda-feira, o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, assinou a primeira ordem executiva para regulamentação da inteligência artificial no país

Na cerimônia que aconteceu na Casa Branca, Biden disse que “a IA já está ao nosso redor e que é preciso governar essa tecnologia”.

Essa é a 1ª ação do governo norte-americano em relação ao uso da IA. Lembrando que os EUA é casa dos principais desenvolvedores dessa tecnologia, como Google, Meta, Microsoft, OpenAI (dona do ChatGPT), entre outras. 

Entre os principais pontos do decreto, estão:

Por que essa decisão só foi tomada agora?

Na verdade, desde 2021, a administração do governo de Biden tem se preocupado com essa questão e está trabalhando no desenvolvimento de uma Declaração de Direitos da IA, justamente para limitar o uso desenfreado dessa tecnologia.

Não é à toa que, em julho deste ano, o governo americano fez um acordo com as principais empresas de tecnologia do país, como Amazon, Anthropic, Google, Inflection, Meta, Microsoft e OpenAI, sobre o desenvolvimento da IA.

Inclusive, na semana passada, a própria ONU, Organização das Nações Unidas, anunciou a criação de um novo conselho que busca explorar a governança da IA. E quem embarcou nessa onda de questionar (de forma muito válida) o uso de inteligências artificiais foi o Reino Unido, que debaterá sobre o tema agora em novembro.

Nova ordem executiva e o impacto na publicidade

Sim, a nova e 1ª ordem executiva de Biden afeta o uso da IA na publicidade.

Basicamente, temas como deepfakes, privacidade de dados e IA no local de trabalho estão entre as questões abordadas pela ordem executiva da Casa Branca, e que interessam os anunciantes.

Em relação às deepfakes, formatos de mídia manipuladas criadas com ajuda de IA, que tem como alvo marcas e celebridades, o decreto ordenou ao Departamento de Comércio que “investigue técnicas novas e existentes para determinar a autenticidade do conteúdo e rotular o conteúdo artificial”, segundo informações do Meio & Mensagem.

A questão é que o novo decreto pode afetar a forma com que os profissionais de marketing desenvolvem seus conteúdos. 

Um exemplo disso é a marca d’água, que é citado como uma método de autenticação e, caso torne-se padrão, serão obrigadas a categorizar mídias geradas por IA dessa forma.

Outro ponto que impacta o mercado da publicidade é a proteção de dados.

Para evitar que as companhias utilizem dados com informações vagas, a ordem executiva apela às agências federais para acelerarem o desenvolvimento de tecnologias de melhoria da privacidade (PETs), que também buscam moldar barreiras de proteção para empresas de tecnologia que treinam modelos de IA utilizando dados. 

Inclusive, foi justamente esse o motivo pelo qual a Itália proibiu o uso do ChatGPT no país: a preocupação com a maneira como a plataforma coletava dados dos usuários.

Um ponto que ficou de fora da ordem executiva foi a violação de direitos autorais, ponto esse que surgiu desde o ínicio do lançamento da IA generativa… 

De acordo com o Meio & Mensagem, “a lacuna é uma oportunidade perdida para os anunciantes que necessitam de orientação útil”, explicou Alison Pepper, vice-presidente executiva de relações governamentais da Associação Americana de Agências de Publicidade.

A dúvida que fica é: será que essas restrições em relação ao uso da inteligência artificial chegarão no Brasil? Uma coisa é certa, o Bizi vai ficar de olho e trazer as atualizações sobre o tema.

A relação entre clientes e marcas está mais complexa

Você acha que as mudanças globais interferem no comportamento do consumidor ou o é ao contrário?

Com tudo o que temos visto nos últimos meses, podemos dizer que é as duas coisas.

Um estudo da Edelman apontou que os consumidores estão mais proativos, ponderados e exigentes — uma mistura bastante interessante.

E isso tudo é reflexo dos conflitos e instabilidades, seja no clima, na economia ou como o que estamos vendo acontecer entre Israel e Palestina ou até Rússia e Ucrânia.

“Em um mundo volátil pela pressão em cima dos consumidores, desde saúde e a economia até aos desafios pelos direitos e liberdade e o senso de comunidade, os consumidores estão exigindo cada vez mais das marcas.”
— Edelman Trust Barometer 2023: O colapso do funil de compras

Nem pior, nem melhor; apenas diferente.

De forma geral, o estudo descobriu que a relação entre os consumidores e as marcas está mais complexa.

O estudo constatou que há dois sentimentos antagônicos acontecendo em paralelo: confiança e vulnerabilidade.

Ao mesmo tempo em que os consumidores estão buscando estreitar seus laços com as marcas com que se relacionam, eles também se sentem mais vulneráveis em relação ao mercado.

Não à toa, o estudo ganhou o título de “O colapso do funil de compras“. Confira os principais insights:

Por fim, o estudo aponta 3 grandes direcionamentos para “construir marcas em um mundo vulnerável”:

  • Ir além do funil e estabelecer uma relação contínua e de confiança com seus consumidores;
  • Não subestimar a geração Z e, principalmente, trabalhar com ela, para alcançar outros consumidores em larga escala;
  • Fazer da confiança o combustível para desenvolver um relacionamento com os clientes, fidelizá-los e, enfim, alcançar o crescimento.

A pesquisa foi feita com mais de 13 mil pessoas, em 14 países, e está disponível gratuitamente aqui.

É hora dos rankings! Confira mais dados interessantes sobre o setor:

A Natura&Co é a única brasileira entre as melhores empresas para mulheres, de acordo com a Forbes. O ranking reúne 400 companhias do mundo todo e você pode conferir a lista das top 10 no site.Se você trabalha com desenvolvimento web, sabe que a acessibilidade é um grande desafio nessa área. Para se inspirar e se espelhar, confira quais são os e-commerces mais acessíveis do Brasil, segundo o Ranking de Acessibilidade Digital.

5 tendências para a liderança

Quem assina o Bizi sabe, não podemos ver uma boa lista de tendências que já estamos escrevendo sobre ela.

Falamos sobre tendências para o mercado, tendências para as empresas, tendências até para a IA. Então, por que não, tendências específicas para a liderança?

Se você esteve no C-Level ou próximo a ele nos últimos 3 anos, sabe que o mercado mudou bastante.

Seja em modelo de trabalho, novas gerações entrando no mercado ou até nas prioridades que foram surgindo ao longo do caminho, foi muita coisa para assimilar.

E como sempre acontece nessas situações, quem não souber evoluir junto vai ficar para trás. Não é uma praga da mãe Bizi, é apenas uma constatação.

“Os líderes mais eficazes são aqueles que conseguem navegar em meio às turbulências com a habilidade e vontade de se adaptar. A definição de liderança está evoluindo rapidamente, graças aos avanços tecnológicos, às transformações sociais e a uma força de trabalho com necessidades e expectativas em evolução.”
— Goldie Chan, para a Forbes USA

Mas como por aqui trabalhamos com o milho e a pamonha, já trouxemos uma solução — ou melhor, 5 tendências para solucionar qualquer questão futura, ditadas por Goldie Chan, especialista em branding pessoal e estrategista digital.

Se esse é o seu caso ou se você deseja algum dia estar nessa posição, vem conferir as tendências para a liderança em 2024:

  1. Pratique a “empatia digital”

Chan define a empatia digital como “a capacidade de conectar, compreender e orientar os membros da equipe no ambiente virtual”.

Como dissemos, tudo mudou no mercado de trabalho, inclusive o mood dos profissionais e seu foco. Com a pandemia e os novos modelos de trabalho, as preocupações com saúde mental entraram no holofote do mercado.

Dessa forma, é preciso que os líderes sejam capazes de reconhecer quando é esse o caso, mesmo sem conviver fisicamente com seus liderados.

“Em 2024, os líderes que querem se destacar devem olhar além das métricas tradicionais e se envolver com suas equipes em um nível mais humano, usando novas tecnologias como ambientes imersivos, blockchain e IA para aprofundar e humanizar ainda mais suas interações.”
— Dani Van de Sande, CEO da ULO.WORLD

De acordo com as especialistas, o que importa aqui é vencer a barreira do digital e exercer todo o cuidado e atenção humanas, que um líder tem que ter, para além da tela.

  1. Envolva a equipe

Esqueça as dinâmicas constrangedoras e os projetos que não levam ninguém a lugar nenhum. O que estamos falando aqui é sobre envolver sua equipe com um bom storytelling — sim, a mesma técnica que você usa para os seus clientes.

“Em 2024, os líderes não devem só instruir suas equipes, mas inspirá-los a viver contratempos e vitórias, construindo confiança, resiliência e um senso de propósito para superar os desafios.”
— Vy Qwaint, cofundadora do programa Spy Ninjas

Em um mundo cada vez mais instável (como vimos nos dados da Edelman), uma história consistente pode mudar tudo.

  1. Saiba quando mudar de rota

“Liderança não significa apenas dirigir o navio; trata-se também de saber quando mudar de rumo ou até mesmo entregar o comando.”
— Goldie Chan, especialista em branding pessoal e estrategista de conteúdo

Não precisaria dizer mais nada sobre esse ponto, não é?

Decisões importantes são o core da função de liderança e, por isso, saber discernir qual é o melhor caminho neste momento é cada vez mais importante.

Ainda de acordo com Donna Robinson, CEO do TopRank Marketing, os líderes devem abraçar a adaptabilidade e a visão, caso contrário, ficarão estagnados.

Para conseguir executar tudo isso, é preciso ter uma visão apuradíssima do mercado e da empresa, é claro, mas também sobre si e suas skills enquanto profissional. De fato, a parte mais desafiadora.

  1. Tome decisões baseadas em dados

Se você deu atenção ao header desse e-mail, sabe que dados são um dos nossos tópicos mais importantes por aqui. Por isso, assinamos embaixo dessa tendência/recomendação.

Com o processamento de fluxo de dados, vemos uma mudança de paradigma da inteligência e armazenamento de dados tradicional para a tomada de decisões em tempo real (…) Quem faz essa mudança tem maior probabilidade de obter uma vantagem competitiva sobre aqueles que ainda estão olhando pelo espelho retrovisor.”
— Alexander Walden, CEO da empresa de software alemã Ververica

De acordo com Chan, é preciso mais do que compreender os dados e saber interpretá-los; é preciso se aprofundar na capacidade de ter insights para o negócio a partir deles.

  1. Domine a arte da “presença na ausência”

Bastante parecida com a primeira tendência dessa lista, a presença na ausência se faz cada vez mais necessária no regime híbrido adotado por muitas empresas.

“Os líderes que se destacarão são aqueles que conseguem estabelecer um sentimento de presença mesmo quando não estão fisicamente juntos e compreendem a tecnologia necessária para isso.”
— Goldie Chan, especialista em branding pessoal e estrategista de conteúdo

A gente sabe que o desafio é real, mas a ideia aqui é manter a mesma essência, competência e calor humano, independentemente de ser em uma sala cara a cara, ou uma sala no Zoom.

Para Goldie, a presença na ausência também envolve saber ouvir, inspirar confiança e manter a coesão entre os membros da equipe, mesmo que eles também não estejam fisicamente juntos.

Por fim, vale deixar as palavras da especialista sobre o assunto:

“Em tempos complexos, os profissionais mais eficazes são aqueles dispostos a desaprender, aprender e reaprender, ao mesmo tempo em que conduzem as suas equipes em direção ao crescimento coletivo.”
— Goldie Chan, especialista em branding pessoal e estrategista de conteúdo

Você já está colocando tudo isso em prática por aí? Se tiver mais alguma dica para a liderança, compartilhe com o Bizi!

👋 Entre IA, relacionamentos e tendências, o Bizi sempre está de olho em tudo e ao mesmo tempo.  Até a próxima!

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