bizi | 25.03.25
Zara, Gucci, Louis Vuitton… Nada disso. A marca que mais cresceu em 2024 foi a Shein, varejista que vem conquistando consumidores fieis por todo mundo.
Não, não é exclusivo dos brasileiros. O levantamento da GlobalData, empresa líder em dados e análises, aponta que a gigante chinesa conseguiu crescer 0,24% em relação ao ano anterior, chegando a 1,53% de participação no mercado global de vestuário.
O top 10 do GlobalData, com a porcentagem de participação seguida da taxa de crescimento, ficou assim:
A Shein já passou por algumas crises de imagem, relacionadas às suas práticas trabalhistas (que jamais passariam ilesas pela CLT, por exemplo) e até a questões ambientais.
Mas, em tempos de crise econômica, o e-commerce ainda desponta por oferecer uma versão bem mais acessível de absolutamente todas as peças de roupa que existem.
Em um ano desafiador para a economia, os consumidores se tornaram mais seletivos sobre onde gastar com roupas. A busca por custo-benefício e estilo confiável beneficiou as grandes marcas — especialmente aquelas que conseguiram responder com agilidade às tendências.
— Exame
Assim, o Brasil é um ótimo exemplo. Nem a taxação das blusinhas foi capaz de frear o avanço da marca no país.
Além dessa relação custo-benefício-tendências, a própria GlobalData ressaltou que as marcas que performaram melhor no ranking foram aquelas que conseguiram oferecer “valor superior pelo dinheiro e estilo”.
A plataforma aponta que a ascensão meteórica da Shein foi tão expressiva que desbancou não somente as marcas de alto ticket, mas até mesmo concorrentes com a mesma proposta fast-fashion.
Um ponto interessante do levantamento é que esse avanço da Shein pode ter sido impulsionado por uma aparente crise no mercado de luxo.
A primeira coisa a se entender é que esse nicho sempre existiu e sempre vai existir. Tanto é que, segundo a GlobalData, marcas com consumidores “ultra-ricos” e menos vulneráveis a variações na economia, permaneceram resilientes e com bons índices, como é o caso da Hermés e Chanel.
No entanto, “compradores ambiciosos, que tendem a confiar em suas economias para pagar símbolos de status, foram muito mais atingidos”, como é o caso da Gucci, classificada pela plataforma como uma “marca de luxo mais acessível”.
Especificamente no caso da Gucci, essa queda também pode estar relacionada ao posicionamento — ou à falta dele. Segundo a plataforma de insights, as criações mais recentes tinham “um estilo mais discreto” e, por isso, não geraram o buzz que a marca precisava. O resultado? O diretor criativo Sabato De Sarno acabou de deixar o cargo. É, parece que a casa caiu.
De uma forma ou de outra, isso só confirma uma verdade sobre o mercado: até mesmo as marcas mais consolidadas podem enfrentar quedas, ao mesmo tempo em que todas as marcas podem ascender, mesmo fora do padrão habitual.
Para o futuro, a tendência é que o comportamento de consumo continue mudando — e nós acompanharemos cada passo por aqui.
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