bizi | 03.12.24
Não se surpreenda se um dia você encontrar um cartaz de “PROCURADOS: Cargos de gestão intermediários” nos corredores do ambiente corporativo.
Recentemente, uma pesquisa da Revelio Labs apontou que vagas de gestão intermediária estão 42% abaixo do nível de abril de 2022. Vale lembrar que isso acontece agora, em um momento caracterizado pela recuperação do mercado de trabalho.
E grandes empresas protagonizam esse movimento:
Para começar, o que motiva essas e outras empresas nesse movimento é a reestruturação de hierarquias organizacionais em busca de eficiência. Só que, nos últimos dois anos, isso tem acontecido de forma bastante acelerada.
A dúvida que fica é se, a longo prazo, o resultado de ter menos desses cargos será realmente ter “mais eficiência”.
Estudos apontam que esses gestores intermediários desempenham papéis cruciais nas organizações — não à toa, eles estavam lá “até ontem”. Entre os destaques estão: motivação de equipes, resolução de problemas e comunicação.
Se você está se deparando com o tema só agora, saiba que ele não é recente, como outros que já citamos aqui no Bizi.
A extinção de cargos e até mesmo outros tipos de formatação corporativa são relativamente comuns. Se tratando especificamente de cargos de gestão, é algo que vem desde a década de 1980, quando a globalização passou a incentivar a redução de custos em prol de uma estrutura organizacional mais robusta.
No entanto, segundo o Business Insider, agora, esses cargos eliminados não estão sendo recriados. Por literalmente eliminar uma camada na hierarquia das empresas, o movimento é chamado de “grande achatamento”.
A decisão pode até ter seus benefícios, mas são os efeitos negativos que preocupam. Especialistas apontam que, com a saída dos cargos de gestão intermediária:
Para além da empresa, o problema agora também é do mercado, uma vez que os profissionais demitidos não conseguem se recolocar.
Sem opções no nível da gestão, eles tendem a se candidatar para vagas não gerenciais, arriscando serem considerados “super qualificados”. Ou seja, o movimento transformou a experiência em uma barreira.
Ao que tudo indica, as empresas não retrocederão na eliminação da gestão intermediária, a menos que os dados indiquem que deu ruim.
De acordo com os especialistas, assim como todo movimento de mercado, isso precisa ser mensurado e analisado para entender se foi assertivo ou não.
Só que, vale lembrar, isso também depende das empresas terem uma atitude data driven para avaliar a situação e tomar decisões baseadas em dados.
O que acha desse movimento? Você também seria impactado se ele chegasse ao Brasil?
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