bizi | 15.04.25
O Conselho Nacional de Autorregulamentação Publicitária, principal órgão da regulação da publicidade, deu um passo na direção da veracidade dos apelos sustentáveis na publicidade.
Na semana passada, o CONAR, que geralmente aparece aqui vetando alguma campanha, criou um grupo de trabalho para apoiar práticas publicitárias responsáveis e prevenir o greenwashing.
Vale ressaltar que esse é um dos maiores vilões da sustentabilidade, principalmente quando se trata de marcas incentivando hábitos ambientais melhores no público.
De acordo com uma pesquisa da iStock em 2023, 82% dos brasileiros acreditam que os produtos são feitos para parecer mais “verdes” do que realmente são, como mostramos nesse Bizi.
E o greenwashing é um problema até mesmo quem está por trás da comunicação desses produtos. Segundo a pesquisa Data-Marketing Leaders, feita pelo Data-Makers e CDN que compartilhamos aqui, cerca de 31% dos CMOs já deixaram de comunicar ou apoiar ações de ESG por medo de acusação de tentar maquiar a realidade.
Assim, podemos dizer que o novo GT do CONAR veio em boa hora.
De acordo com o Meio & Mensagem, esse foi um pedido direto da Associação Nacional de Jornais (ANJ), uma das entidades fundadoras do conselho.
O Grupo de Trabalho sobre a Publicidade com Apelos de Sustentabilidade e Responsabilidade Socioambiental, ou simplesmente GT Sustentabilidade, será coordenado por Marcelo Gomes Sodré. Representante da sociedade civil, ele já foi procurador do Estado de São Paulo, diretor-executivo do Procon–SP, além de ex-presidente do Greenpeace. Dificilmente um cv se encaixaria tão bem nesse cargo quanto o dele.
Sodré, inclusive, integrou o grupo que redigiu o Anexo “U” do Código do CONAR, que reúne regras e princípios éticos específicos sobre a sustentabilidade na publicidade.
Além dele, o GT Sustentabilidade conta com:
Ainda segundo Sergio Pompilio, de maneira geral, o mercado publicitário brasileiro já tem utilizado apelos de sustentabilidade de forma responsável. A criação do GT não vem exatamente para corrigir, mas apoiar essa trajetória.
O site do conselho também apresenta que o GT Sustentabilidade foi inspirado por iniciativas internacionais recentes com o mesmo objetivo, como o “ICC Framework for Responsible Environmental Marketing Communications”, da Câmara Internacional de Comércio, e o “Guia Global sobre Claims de Sustentabilidade em Marketing e Comunicação”, da World Federation of Advertisers (WFA), publicado no Brasil pela ABA (Associação Brasileira de Anunciantes).
O que achou dessa novidade?
A estratégia da Nestlé para a volta do chocolate Surpresa, sucesso da marca entre 1983 e 2003, tem tudo a ver com nostalgia, interatividade e conexão com as novas gerações, mas principalmente com a sustentabilidade.
A nova fase do chocolate está totalmente relacionada ao Nestlé Cocoa Plan, programa global da marca sobre a produção responsável de cacau, presente inclusive no Brasil. Isso que é releitura de qualidade!
Confira nossos outros conteúdos