bizi | 27.08.24
Por aqui somos favoráveis à mudança. Principalmente quando ela gera pauta para a nossa news, rs. Por isso, no Bizi de hoje trouxemos vários insights sobre mudanças, aprendizagem, usos da IA e até os custos de fazer diferente. Pegue sua bebida preferida e vem mudar um pouquinho o ritmo do seu dia com a gente.
Em uma ação da justiça francesa, o CEO do Telegram, Pavel Durov, foi detido no Aeroporto de Le Bourget (próximo de Paris), no último sábado (24).
A motivação já é familiar para o Brasil: a falta de moderação dos conteúdos no app, que pode tornar o Telegram indiretamente cúmplice de atividades criminosas. Aliás, o CEO já era alvo de investigações nesse sentido.
Vale lembrar que alguns diferenciais do Telegram são a criação de grupos maiores e o envio de arquivos mais pesados, em comparação ao WhatsApp, por exemplo, além de canais anônimos e até a compra e venda de criptoativos. Isso faz do app muito procurado exatamente para estes fins.
Justamente por tratar os dados dos usuários dessa forma, o Telegram garante que não descumpriu nenhum regra da União Europeia, inclusive do Ato de Serviços Digitais.
Na nota oficial da empresa sobre o caso, publicada no X, o CEO disse ser um “absurdo afirmar que uma plataforma ou seu proprietário são responsáveis pelo abuso dessa plataforma”.
Por sua vez, a justiça francesa não divulgou o motivo exato da prisão ou até mesmo se existe um caso específico. Mas o impacto foi imediato: além de vários dos 900 milhões de usuários abalados com o anúncio da prisão, a criptomoeda Toncoin, associada ao Telegram, sofreu uma queda de 13% do valor.
Por determinação da justiça da França, o prazo da detenção é de 96 horas, com fim amanhã (dia 28), “quando o magistrado deve decidir se apresentará acusações contra Durov ou se o nomeará como testemunha na investigação e o libertará” (InfoMoney).
Enquanto isso, o CEO segue sendo interrogado pela promotoria de Paris sobre crimes cibernéticos no app.
Por enquanto, é uma péssima semana para os amantes da liberdade de expressão.
A inteligência artificial está por todos os lados — isso todo mundo já percebeu.
Segundo a MindMiners, o assunto não sai da pauta:
Baseado nesses insights do estudo “IA: Problema ou Solução? Como os brasileiros percebem os impactos da Inteligência Artificial”, o Mundo do Marketing reuniu diversos dados para mostrar como a tecnologia vem impactando 8 setores específicos da economia.
Trouxemos um resuminho bem Bizi para você:
As soluções de IA nessa área avançam cada vez mais na descoberta de novos tratamentos para doenças conhecidas.
34% dos entrevistados pelo estudo da MindMiners confiam na ferramenta dentro desse segmento. E mais: projeções da Accenture ainda indicam que o setor alcançará US$ 150 bilhões até 2026, expandindo a atuação da IA para diagnósticos e tratamentos personalizados.
Pode parecer contraditório para alguns, mas o agro é um dos setores que mais evolui na adoção de novas tecnologias em toda a cadeia (dos stakeholders ao produtor rural). E é claro que a IA não ia ficar de fora!
A previsão da Appic Softwares é que, até 2050, a tecnologia aumente a produtividade agrícola global em 70%. Esse crescimento é proporcional ao próprio crescimento populacional.
Atualmente, o agronegócio é responsável por US$ 1,7 bilhão do investimento anual na IA, mas até 2028 ele pode chegar a mais de US$ 4,7 bilhões, segundo o Statista.
Segundo a MindMiners, 48% das pessoas já confiam na IA para gerir propriedades e instalações.
De fato, a IA já está atuando no setor para analisar dados demográficos, prever tendências de mercado, auxiliar em avaliações mais apuradas e até negociar.
De acordo com a McKinsey, o uso de inteligência artificial em plataformas de corretagem pode aumentar a eficiência dos agentes imobiliários em até 50% e ainda reduzir o tempo gasto com tarefas administrativas, permitindo focar em atividades de alto valor.
Como previsto em outros setores, a especialista em direito digital e proteção de dados pessoais, Dra. Juliana Abrusio, diz que a inteligência artificial não substituirá todas as pessoas no setor, só quem não souber se adaptar a ela.
De acordo com um levantamento da IBM, 41% das empresas no Brasil já utilizam a IA em operações de RH. No mundo todo, um relatório da Resume Builder aponta que esse percentual é 53% e mais 24% planejam implementá-la até o fim do ano.
Na salinha do RH não tem espaço para o medo da ferramenta. A inteligência artificial contribui desde a triagem de currículos, descrições de vagas e agendamentos de entrevistas, até a educação contínua (atuando diretamente para a retenção de talentos), além de treinamentos antes, durante e após a contratação.
E antes que você pense que está perdendo processos seletivos por causa da tecnologia, aqui ela também não substitui o ser humano.
Continuando no tema, a IA contribui muito para que profissionais de diversos segmentos continuem evoluindo em suas carreiras. Inclusive, esse artigo da Fast Company mostra como é ainda mais importante aprender skills essenciais em tempos de IA.
De acordo com o McKinsey Global Institute, as novas tecnologias vão impulsionar o surgimento de cerca de 133 milhões de novos empregos até 2030.
Para Antonio Muniz, Presidente da Editora Brasport e especialista em tecnologia e negócios, à medida que novas soluções tecnológicas surgem, aumenta a necessidade de habilidades humanas únicas, como criatividade, empatia e raciocínio ético, para complementarem a IA.
Apesar do dinheiro ser um tópico sensível, a confiança na IA no setor bancário já atinge 39% dos entrevistados pela MindMiners. Suas aplicações são principalmente em segurança e personalização de serviços, como biometria facial e chatbots.
Sobre esse último, inclusive, a Juniper Research prevê que os gastos chegarão a US$ 72 bilhões até 2028. Se ao final eles souberem responder tudo certinho, vale a pena!
A IA também está presente nos esportes, desde os formatos de consumo do conteúdo esportivo e até na performance dos atletas.
Na edição mais recente das Olimpíadas, por exemplo, a IA mostrou como pode revolucionar o treinamento esportivo. A tecnologia foi utilizada para personalizar treinos por meio de sensores que coletam dados em tempo real e permitem ajustes para melhorar o desempenho e reduzir o risco de lesões.
A previsão da MarketsandMarkets é que o mercado de análise esportiva, que inclui a IA, cresça 22% anualmente, atingindo US$ 5,2 bilhões em 2028.
Por fim, no entretenimento, a IA também está em alta, com 64% dos respondentes da MindMiners dizendo que confiam na tecnologia.
Nesse setor, o principal objetivo é criar experiências cada vez mais imersivas e personalizadas nos jogos.
A previsão da Newzoo é o setor fature US$ 211,2 bilhões até 2025. Só o mercado de jogos em nuvem, em específico, deve atingir US$ 6,80 bilhões até 2028, impulsionado pela IA.
E aí, a IA também está presente no seu setor?
Você se identifica com as propagandas que vê por aí? Segundo a pesquisa da Dubu, uma consultoria estratégica para marcas, pouquíssimos brasileiros se identificam.
No recente estudo “Sem Cabimento”, feito com 500 brasileiros com idades entre 18 e 50 anos de todas as regiões, a consultoria descobriu que apenas 12% se enxergam totalmente na publicidade que consomem. Os outros 88% se reconhecem parcialmente ou nem se reconhecem nos atores e modelos que aparecem nos anúncios.
De acordo com a pesquisa, mais do que uma representação imagética, o objetivo da pesquisa foi entender a relação dos brasileiros com seus corpos e como marcas em diferentes segmentos do mercado se encaixam nisso.
Dos resultados, destacamos esses:
De acordo com Julia Guilger, sócia e cofundadora da Dubu, essa falta de conexão acontece não só pela falta de representação, mas pela diversidade de corpos e vivências que existe em nosso país. Afinal, é um amplo leque para conter.
“As marcas de sucesso serão aquelas que promovem conexões únicas que reconhecem essa questão, seja pela comunicação, seja pela diversidade de seus portfolios.”
— Julia Guilger, sócia e cofundadora da Dubu
Ao todo, mais de 60 marcas foram citadas no estudo por realizarem boas representações. Mas isso não é o suficiente.
“A produção de experiências que privilegiam a multiplicidade dos corpos, respeitando seus limites e desejos é fundamental na aproximação entre marcas e consumidores. Esta afirmação é particularmente notada na Geração Z, que privilegia retratos e vivências autênticas que rejeitam a ideia de padronização de imagens e discursos.”
— Ivan Scarpelli, sócio e cofundador da Dubu
O que achou desse estudo? Compartilhe suas percepções com a gente!
A partir de um insight da pesquisa do Insider Intelligence sobre o DOOH (Digital Out Of Home), o UOL para Marcas destacou 3 frentes de inovação na área, que está crescendo também com a ajuda da IA.
O estudo “E-Commerce Trends 2025”, realizado pela OpinionBox em parceria com a Octadesk, descobriu que o consumidor brasileiro está mais atento às fraudes que acontecem nesse ambiente. Já não era sem tempo, não é mesmo?
Por falar em aprendizagem no ambiente de trabalho, separamos 3 dicas da especialista em aprendizagem organizacional, consultora, escritora e palestrante, Clara Cecchini, para ter esse princípio como parte da cultura da sua empresa.
De acordo com a especialista, a falta de tempo é o maior empecilho para que a cultura de aprendizagem possa existir.
Mas essa atitude é indispensável para contornar os maiores desafios atuais da gestão — entre eles, a retenção de talentos.
“A pesquisa 2024 Workplace Learning Report, do LinkedIn, diz que empresas com cultura de aprendizagem forte têm 57% mais de retenção, e que oito em cada 10 pessoas dizem que aprender traz propósito ao trabalho.”
— Clara Cecchini, Fast Company
Para começar, para ter uma cultura de aprendizagem, é fundamental que a liderança faça isso intencionalmente e inclua isso no dia a dia dos liderados. De acordo com Cecchini, não é um processo para ter pressa, mas sim consistência.
Segundo Clara, a organização é essencial para criar uma cadeia muito particular de acontecimentos:
E essa organização deve partir dos líderes.
Para complementar, a organização é ideal para as pessoas conseguirem trabalhar de forma assíncrona — e isso é importante em todos os modelos, não só no híbrido ou remoto.
Além de manter todos informados e “na mesma página”, reuniões são efetivas para que os profissionais troquem conhecimentos. Para uma cultura de aprendizagem, é muito importante dedicar tempo para isso nesse momento.
“Gestores tradicionais dirão que essa não é pauta para reunião de alinhamento, mas a reunião é sua e você pode desenhar a pauta como melhor funcionar para você e seu time.”
— Clara Cecchini, Fast Company
A consultora diz que ela mesma costuma separar um momento especial para as trocas em suas reuniões. Segundo ela, os resultados rendem “maravilhas”.
Mesmo que um profissional já esteja acostumado com uma demanda, ainda é possível inserir novos pontos de desenvolvimento comportamental. Como apresentar um relatório, além de montá-lo.
Cecchini ressalta também que o feedback tem papel fundamental para finalizar esse processo, apontando o que evoluiu e o que pode evoluir ainda mais.
E aí, você já tem uma cultura de aprendizagem na sua empresa?
A Forbes elencou 5 prompts do ChatGPT para melhorar a gestão de tempo e produtividade. Mais tempo para os aprendizados!
🤝 Além de gostarmos da mudança, também gostamos das trocas e da cocriação que vem com ela. Curtiu a news de hoje? Faltou alguma coisa? Deixa a gente saber para trazermos mais mudanças na próxima. Até mais!
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