última news: Os altos e baixos do mercado

bizi | 27.09.24

Na última edição citamos a montanha-russa do Rock in Rio, mas não há nada mais radical do que os altos e baixos do mercado. Entre ganhos e prejuízos, trouxemos as notícias mais quentinhas dessa sexta-feira. Tem novidades da IA, informações sobre saúde mental no trabalho e violação de dados, insights sobre esportes e as campanhas que mais chamaram a nossa atenção. Vem ver!


ESTA É NEW: A primeira “Ministra de IA”

No mundo da IA as coisas andam igualmente aceleradas e organizadas. Com cada vez mais legislações em torno da tecnologia, nada mais justo do que começar a criar cargos governamentais para isso.

Foi o que aconteceu na França que, nesta segunda-feira (23), nomeou sua primeira “Ministra de Inteligência Artificial”. A escolhida foi Clara Chappaz, ex-CEO da Le French Tech, outro projeto do governo francês criado para guiar a tecnologia no país.

De acordo com a publicação no LinkedIn da própria profissional, o cargo oficial é Secretária de Estado da Inteligência Artificial e Assuntos Digitais, vinculado ao Ministério do Ensino Superior e Pesquisa. Com grandes títulos, com certeza vem grandes responsabilidades.

Isso reforça os objetivos da França de estar na vanguarda da pesquisa e desenvolvimento não só de IA, mas de todas as tecnologias promissoras.

“Estou convencida de que a IA não deve permanecer reservada a uma minoria e criar uma nova exclusão digital. Colocar a IA a serviço de todos, funcionários de nossas empresas e funcionários públicos, também é nossa missão.”
— Clara Chappaz

Fins lucrativos

Enquanto os governos se mobilizam em torno da tecnologia, empresas privadas também estão cada vez mais interessadas nos frutos da IA.

A OpenAI, uma das mais proeminentes empresas do setor, declarou essa semana que está caminhando para se tornar uma empresa com fins lucrativos. E isso pode mudar muitas coisas.

Desde a sua fundação, em 2015, a OpenAI é uma empresa voltada para a pesquisa de IA, sem fins lucrativos. A partir de 2019, a organização até passou a contar com uma subsidiária com fins lucrativos para arrecadar mais recursos para pesquisa — foi aqui que a Microsoft passou a ser parceira da empresa. Mas a instituição principal permaneceu com seu status.

De acordo com os especialistas, essa era uma forma de garantir sua missão de criar uma “IA geral segura e amplamente benéfica”. Agora, isso pode ficar incerto.

Se a mudança realmente acontecer, algumas estruturas podem ser abaladas:

  • A empresa passará a ser uma “corporação de benefício público”, modelo de negócio que permite gerar lucro para promover responsabilidade social e sustentabilidade. Exemplos desse modelo são a Anthropic, sua principal rival, e a xAI, de Elon Musk;
  • A parte sem fins lucrativos da OpenAI continuará a existir, mas terá uma participação minoritária na nova empresa;
  • Segundo a Bloomberg, o controverso CEO da empresa, Sam Altman, terá participação acionária de 7% — será a primeira vez na história da empresa;
  • Com a reestruturação, a OpenAI pode passar a valer US$ 150 bi em valor de mercado. Em 2021, era US$ 14 bi.

Contrariando as perspectivas ruins, um porta-voz da empresa disse que isso não altera seus objetivos com relação à sociedade.

“Continuamos focados em desenvolver IA que beneficie a todos, e estamos trabalhando com nosso conselho para garantir que estamos na melhor posição para cumprir nossa missão. A entidade sem fins lucrativos é essencial para nossa missão e continuará a existir.”
— OpenAI

Por falar em aporte

Para manter o Brasil também na rota da inovação, o CEO da Microsoft, Satya Nadella, anunciou um novo investimento bilionário no Brasil.

No Microsoft AI Day, evento da big tech que aconteceu ontem (26), o chefão anunciou um investimento de R$ 14,7 bilhões em infraestruturas de IA e Cloud por aqui. Isso dobra o investimento que já existe no país.

E por falar em tecnologia que beneficie a todos, Nadella ainda anunciou que esses investimentos também serão para treinamento.

“Estamos comprometidos em apoiar a transformação da IA no Brasil e garantir que ela beneficie a todos. Nossos novos investimentos em infraestrutura de nuvem, IA e capacitação ajudarão a garantir um amplo acesso à tecnologia e às habilidades necessárias para que a população e a economia brasileira prosperem na era da inteligência artificial.”
— Satya Nadella, Microsoft AI Day

Ainda de acordo com Tânia Cosentino, presidente da Microsoft para o Brasil, a IA pode colaborar no combate às desigualdades do país. Esperamos que ela esteja certa!

+ Notícias da IA:

Também nesta semana, a Meta lançou o Llama 3.2, modelo de IA capaz de interpretar imagens e mapas. 

Enquanto os modelos se concentram nas imagens, a Max quer usar a IA para auxiliar no texto das legendas de filmes e séries do streaming.


DATA NOSSA DE CADA DIA: 4 em cada 10 profissionais brasileiros se sentem estressados no trabalho

Existe um senso comum de que ser brasileiro não é fácil.

Sofremos com questões climáticas, polarização política, dificuldades econômicas… fora uma série de coisas que pessoas de outros países não vivem. Imagine, então, como está a cabeça dos trabalhadores brasileiros.

De acordo com um estudo da Gallup, estamos mais estressados, tristes e com raiva do que o comum.
  • Mais precisamente, somos o sétimo país mais estressado da América Latina. Quando perguntados se vivenciaram estresse no dia anterior, 46% dos trabalhadores brasileiros disseram que sim (uma média maior que a global);
  • Quando se trata de tristeza e raiva, ocupamos a quarta posição. Isso corresponde a 25% dos trabalhadores tristes e 18% com raiva.

“A realidade socioeconômica do Brasil, com altos índices de desigualdade e incerteza econômica, cria um ambiente propício à insegurança, estresse e raiva.”
— Simone Nascimento, médica mestre pela Universidade de Lisboa e especialista em saúde mental corporativa pelo Hospital Israelita Albert Einstein

No relatório State of the Global Workspace 2024, a consultoria sondou sentimentos que permeiam a vida dos colaboradores e fluem da vida pessoal para o ambiente de trabalho.

Anualmente, esse report representa a voz coletiva dos colaboradores em todo o globo e, neste ano, a pesquisa se concentrou em descobrir o que eles têm a dizer sobre saúde mental e bem-estar — assuntos cada vez mais recorrentes e relevantes no trabalho.

De acordo com a Gallup, este ano o engajamento profissional estagnou e o bem-estar geral declinou. Globalmente, a maioria dos colaboradores continua a sofrer tanto com o trabalho quanto com a vida pessoal e o resultado disso é uma queda na produtividade organizacional.

Um dado muito interessante do relatório é que todos esses sentimentos são vivenciados tanto por gerentes quanto por não-gerentes. Mas esse primeiro sente tudo com maior intensidade.

Enquanto gerentes e líderes são mais engajados e prosperam mais em suas carreiras, eles também são os que mais sentem estresse, raiva, tristeza, solidão e preocupação. Um motivo a mais para ficar de olho na saúde desses funcionários.

Ao todo, o State of the Global Workspace 2024 entrevistou 128 mil pessoas, em mais de 160 países ao redor do globo, e conta com duas versões: completo e principais insights. 

Para conferir mais detalhes, o material (em inglês) está disponível gratuitamente aqui.


FRAMEWORK: Mais chances de alcançar a linha de chegada

Um relatório da Women’s Sports Foundation (WSF), apontou o impacto da prática de esportes na trajetória profissional das mulheres.

Depois de uma pesquisa feita com mulheres com idades entre 20 e 80 anos, a WSF descobriu que, das que praticavam esportes, 69% exercem hoje pelo menos uma função de liderança formal.

A pesquisa considerou essa liderança como qualquer posição, desde que seja fora de casa. Mas, de fato, 71% delas são líderes no ambiente corporativo, em cargos de gerente, diretora, presidente ou C-Level.

De acordo com a WSF, quanto mais tempo elas praticam esportes, maior a probabilidade de ocupar cargos formais de liderança. E a boa notícia é que essa prática tem aumentado constantemente nas novas gerações.

E isso também foi comprovado por outras pesquisas:

  • Segundo pesquisa da Deloitte (2023), 69% das mulheres que ganham mais de US$ 100 mil por ano e ocupam cargos de liderança praticavam esportes competitivos;
  • 85% delas afirmam que as habilidades que desenvolveram nos esportes foram importantes para o sucesso em sua carreira;
  • Uma pesquisa da EY com a espnW já havia mostrado em 2015 que 94% das mulheres em cargos de diretoria praticavam esportes;
  • De fato, 80% das executivas da Fortune 500 praticaram esportes em seus primeiros anos de vida.

Para a CEO da WSF, Danette Leighton, os benefícios do esporte vem tanto das quadras, quanto dos campos e piscinas e podem beneficiar a todos, não só mulheres.

Mas para elas, o esporte cria oportunidade e habilidades que serão cruciais para competir em um mercado ainda desigual.

“Dar a meninas e mulheres acesso ao esporte, especificamente, fortalece a economia e cria um circuito de líderes que consideramos essenciais para a sociedade.”
— Danette Leighton, CEO da WSF

E aí, já cumpriu sua meta de esportes do dia? Agora você tem um incentivo a mais para isso!


DEU RUIM: R$ 6 milhões de prejuízo por violação de dados

Ninguém quer ter prejuízos, seja pessoa física ou jurídica. E quando esse custo não vem por uma decisão, mas por uma lacuna nos negócios, fica pior ainda.

De acordo com um estudo da IBM, atualmente temos um prejuízo de R$ 6,75 milhões por violação de dados no Brasil

O dado vem do relatório “Cost of Data Breach”, ou “Custo das Violações de Dados 2024”, feito pela IBM. A pesquisa foi conduzida pelo Ponemon Institute e estudou 604 organizações impactadas por violações de dados entre março de 2023 e fevereiro de 2024.Segundo o estudo, o vetor mais comum da violação de dados são ataques de phishing, técnica de mensagens, e-mails ou chamadas telefônicas falsas. 16% dos incidentes vieram deles, gerando um custo médio de R$ 7,75 milhões por delito.

O estudo da IBM mostrou que um dos maiores causadores de tanto prejuízo é que mais da metade das organizações violadas enfrentam altos níveis de escassez de pessoal de segurança.

Ou seja, a demanda já era alta antes, mas com a multiplicação constante de dados e tecnologia no mundo, se tornou ainda mais difícil encontrar profissionais que saibam cuidar bem disso

“Essa questão representa um aumento de 26,2% em relação ao ano anterior, uma situação que correspondeu a uma média de US$ 1,76 milhões a mais em custos de violação. Mesmo com uma em cada cinco organizações afirmando que usaram alguma forma de ferramentas de segurança de IA generativa — que devem ajudar a fechar a lacuna, aumentando a produtividade e a eficiência — essa lacuna de habilidades permanece um desafio.”
— Relatório Custo das Violações de Dados 2024, IBM

Como você pode ver, ao mesmo passo que a inteligência artificial pode representar mais chances de golpes mais elaborados, ela também pode ajudar a reverter a violação de dados.

A economia de custos com a ajuda da IA chegou a US$ 2,2 milhões, um aumento também de 10% em relação ao último relatório.

De acordo com a IBM, as organizações que utilizaram IA na cibersegurança em 2023 sofreram menos com as violações e tiveram um prejuízo menor (R$ 2,17 milhões) do que as empresas que não usaram esse recurso.

Inclusive, 31% das empresas brasileiras disseram que estão implementando ferramentas de IA e automação para prevenir ataques. 

De fato, depende realmente de quem está por trás da tecnologia, não é mesmo? 

E por aí, você já sofreu com a violação de dados? Na sua opinião, a inteligência artificial é aliada ou inimiga desse processo? Conta pra gente!


WOW: Em parceria com as redes sociais

Já falamos outras vezes aqui no Bizi sobre cocriação entre marcas e como isso costuma render muitos benefícios quando bem executado. Mas vamos encerrar essa news falando sobre o que ocorre quando essa cocriação acontece com o público da marca nas redes sociais.

Quem está familiarizado com o termo social listening sabe que essa premissa tem tudo para dar certo. Essa semana, O Boticário e Magalu provaram como.

Fala que eu te faço uma essência 

O Boticário resolveu investir em uma cocriação com um público ainda pouco explorado pelas marcas brasileiras: os usuários do TikTok.

Com idealização da agência SoWhat, a marca convocou sua comunidade de cinco milhões de seguidores para fazerem um dueto contando qual seria o seu #BotiDosSonhos. Afinal, todo fã de perfumes tem um cheiro na cabeça que queria que fosse verdade.

“A comunidade de beleza sonha e pede sempre por muitos produtos. Então, conseguimos transformar o que poderia ser um simples formato de mídia em uma plataforma de escuta e realização desses sonhos. É um projeto realmente inédito.”
— Sofia Ricciardi, diretora executiva de beauty & fashion na SoWhat

Depois de mais de 2 mil vídeos, 567 conteúdos selecionados e muita escuta ativa, o resultado foram 4 novas fragrâncias: cheiro de terra molhada, água salgada, maçã do amor e carambola.

Ainda não existe uma previsão de quando essas novidades entrarão no portfólio da marca para o grande público, mas os cocriadores puderam conferir os produtos em primeira (e, até agora, única) mão diretamente na fábrica d’O Boticário.

Que meme da internet é esse?

Depois de causar uma verdadeira comoção nacional, o meme da garotinha falando “que Xou da Xuxa é esse?”, em uma entrevista há 36 anos, virou tema da nova campanha do Magalu.

Dando um ótimo exemplo de como aproveitar as trends, a marca convidou Patrícia Botafogo, a autora do desabafo, para divulgar as promoções do app do Magalu neste final de mês. O vídeo estreou essa semana no perfil do Magazine Luíza.

E essa não foi a única parceria com as redes sociais que a marca fechou nesta semana. Para divulgar suas políticas de privacidade, o WhatsApp convidou a Lu do Magalu para ser sua garota propaganda.

A peça foi criada em uma colaboração entre o time MagaluAds e a Meta e conta, de um jeito descontraído e muito didático (a linguagem preferida da influenciadora), como a segurança funciona para a Lu e todos os usuários.

Já tinha visto essas campanhas? O que achou dessas parcerias?


🎢 Senhoras e senhores, favor permanecerem ligados no Bizi, com mãos e pés confortáveis para ler a próxima news. Esperamos que tenha sido um bom passeio por aqui. Até mais!

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