framework: Transição de carreira por opção ou falta dela?

bizi | 13.08.24

Você já passou ou até mesmo considerou uma transição de carreira?

Esse movimento é muito comum no mercado e pode ser motivado por diversos fatores: desde a descoberta de uma vocação, novas oportunidades, melhores salários ou até adaptações depois de uma função que entrou em defasagem. (E a IA está aí para fazer todos pensarmos cada vez mais nesse último, rs).

Com seus pontos positivos e negativos, existe a transição de carreira por vontade própria e a transição por falta de opções. Mas, independentemente delas, as mulheres são maioria na hora de buscar por novas trajetórias profissionais.

Uma pesquisa realizada pela plataforma Maturi em parceria com a NOZ Inteligência, apontou que 70% das mulheres estão hoje em transição de carreira, enquanto no caso dos homens esse percentual é de 65%.

Especializada no mercado de trabalho +50, a Maturi enxerga muito etarismo nesse resultado.

Aliás, um estudo da Harvard Business Review já tinha revelado que as mulheres enfrentam etarismo no mundo corporativo, independentemente da sua idade, por serem consideradas velhas demais ou até mesmo jovens demais para os cargos.

“Muitos recrutadores escolhem não contratar mulheres na faixa dos 40 anos devido a preocupações com responsabilidades familiares e menopausa iminente. Da mesma forma, mulheres na faixa dos 50 e 60 anos enfrentam discriminação pela idade e aparência, enquanto homens da mesma faixa etária estão no alto de suas carreiras.”
— Forbes

Mas, além do preconceito com a idade, outros motivos apresentados na pesquisa da Maturi são:

  • Equilíbrio entre trabalho e vida pessoal (49% das mulheres e 46% dos homens);
  • Melhores rendimentos e condições financeiras (48% e 52%, respectivamente);
  • Novos desafios profissionais (39% das mulheres);
  • Seguir uma paixão, desejo ou interesse antigo (25% e 17%).
Para complementar, a principal motivação das mulheres é a busca por flexibilidade e autonomia no trabalho.
  • 55% das mulheres querem trabalhar como consultoras, autônomas ou freelancers; E 38% querem empreender.

No entanto, essa vontade é muito mais estratégica do que aspiracional:

“Muitas encontram dificuldades em se recolocar no mercado de trabalho tradicional devido ao preconceito etário e acabam vendo no empreendedorismo uma oportunidade de continuar ativas profissionalmente.”
— Mórris Litvak, CEO e fundador da Maturi

O artigo da Forbes destaca que o Brasil está envelhecendo e, com ele, a força de trabalho. Com transição de carreira ou não, o etarismo deverá ser encarado se quisermos um mercado de trabalho ativo e saudável nos próximos anos.

  • Segundo projeção da Fundação Getúlio Vargas, 57% dos trabalhadores terão mais de 45 anos em 2040, mostrando que as carreiras serão cada vez mais longevas, apesar dos preconceitos.

Por fim, o CEO da Maturi listou algumas boas práticas para quem se encontra nessa transição:

  1. Autoconhecimento é a chave! Entenda suas habilidades, interesses e valores e procure por oportunidades que abracem esses pontos;
  2. Invista em mais capacitação, mesmo que você já tenha a habilidade na área pretendida, principalmente se forem profissões que demandam conhecimentos específicos;
  3. Faça networking. Mais do que nunca é hora de manter e expandir sua rede de contatos profissionais para aumentar também suas chances de recolocação;
  4. Finalmente, ter um bom planejamento financeiro te acompanhando ao longo desse processo vai impedir que você tome decisões por impulso e deixar tudo pronto para enfrentar possíveis instabilidades.

PS: Para a redação, essas dicas valem muito, mesmo que você não esteja em transição de carreira.

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