bizi | 30.01.24
Qual é o efeito que o trabalho causa em você? E as diferenças entre as gerações? Crises financeiras te abalam? E a inteligência artificial? Apesar de tudo isso (ou por causa de tudo isso) o Bizi está aqui, para causar um efeito ainda mais marcante: ficar por dentro de tudo o que está rolando no mercado. Vamos?
Muito estresse por aí?
De acordo com a pesquisa “People At Work 2023: A Global Workforce View”, realizada pelo ADP Research Institute, o estresse não tem faltado um dia sequer no trabalho.
O relatório aponta dados sobre as mesmas situações em comparação com o ano anterior e, de forma geral, o estresse parece ter diminuído.
Enquanto 68% das pessoas relataram que estiveram estressados pelo menos uma vez na semana em 2022, em 2023 apenas 63% disseram o mesmo.
Mesmo assim, o estresse e a saúde mental continuam sendo temas importantes e urgentes para a gestão:
A pesquisa trouxe também insights específicos sobre os mais jovens nesse meio, nossa tão falado GenZ.
Profissionais dessa geração relataram que se sentem estressados 13 vezes por mês, em média, enquanto o restante relatou 10 vezes.
“Eles são de longe os que mais sentem que o seu trabalho está sofrendo devido a problemas de saúde mental (54%) e estresse (80%).”
— People At Work 2023: A Global Workforce View
Mas, mesmo com esses dados, o relatório descobriu também que eles são os menos propensos a dizer que seus empregadores não estão fazendo nada para apoiar a saúde mental no trabalho (8% contra 35% vindo de pessoas maiores de 55 anos).
De acordo com o relatório, os empregadores vão querer ter certeza de que os esforços nesta frente são eficazes na resolução dos problemas. E não estão errados, não é mesmo?
A pesquisa também trouxe insights sobre salário e compensação, o impacto da flexibilidade e as expectativas dos profissionais para o futuro. O material (em inglês) está disponível para download aqui.
Se você já fez alguma entrevista de emprego na vida, possivelmente deve ter respondido à famosa pergunta “como você se enxerga daqui 5 anos?”.
Normalmente usada para testar a ambição, capacidade de projeção e planejamento dos candidatos, ela pode ter muitas respostas. Mas, para grande parte da geração Z, nenhuma delas inclui a liderança.
Efeito do estresse ou não, algumas pesquisas têm revelado que os profissionais não querem mais ser líderes.
Uma delas, feita pela CoderPad com profissionais do mercado tech, mostrou que 36% deles não querem assumir uma função gerencial.
Se você segue o Bizi, talvez esse dado nem traga tanta surpresa, já que Millennials e GenZ são conhecidos por aqui (e por toda a sociedade) por priorizarem justamente o equilíbrio entre vida pessoal e profissional. E talvez eles nem estejam tão errados.
Nos últimos 5 anos, líderes e gerentes tiveram de lidar com uma pandemia, vários modelos de trabalho, volta para o escritório, diversos movimentos disruptivos do mercado de trabalho, saúde mental em crise, mercado instável… Não é nada fácil equilibrar todos esses pratinhos.
“De acordo com a empresa líder em busca de executivos Korn Ferry, [os gerentes] assumem uma ‘parcela desproporcional de culpa’, o que, compreensivelmente, mancha o fascínio por ser gerente. Uma pesquisa de 2022 realizada pelo think tank Future Forum revelou que, no local de trabalho pós-Covid, os gerentes intermediários são os mais exaustos. De acordo com as descobertas, 45% relataram que estavam esgotados.”
— Forbes
A Revista Trip, por sua vez, destaca esse fenômeno como a tendência “quiet ambition” — ambição silenciosa em tradução literal. E, sim, não é coincidência ela ser parecida com o quiet quitting, outro movimento da GenZ que de silencioso mesmo, não tem quase nada.
De acordo com um levantamento da Visier, existe uma clara mudança de prioridades:
Aqui no Brasil não é muito diferente:
Ou seja, o quiet ambition pode estar bem mais perto do nosso mercado do que imaginamos. O que você acha disso? Já sente a pressão dos cargos de liderança por aí?
A semana já começou agitada para muitas empresas, mas para a Evergrande e a Gol Linhas Aéreas, foi um pouco mais.
Nesta segunda-feira, o Alto Tribunal de Hong Kong anunciou a falência do grupo Evergrande, que já foi a maior incorporadora imobiliária da China.
O grupo acumulou uma dívida de mais de US$ 300 bilhões e não apresentou um plano considerado convincente para sua recuperação financeira de dezembro até aqui, segundo o tribunal.
De acordo com a juíza Linda Chan, “a Evergrande deveria discutir a proposta revisada com seus credores, obter uma opinião jurídica e consultar as autoridades chinesas, mas nada disso aconteceu.”
— IstoÉ
A partir de agora, então, o grupo será dissolvido, liquidantes independentes vão assumir os ativos e iniciar o processo de reestruturação da empresa. Com certeza, a maior construção que o grupo já operou.
Já deste lado do planeta, o plano de reestruturação deu certo para a Gol Linhas Aéreas Inteligentes.
A empresa recebeu o aval de US$ 950 milhões do tribunal de falências de Nova York para rever os estragos e reformular o negócio. Com isso, a brasileira poderá honrar seus compromissos com parceiros, fornecedores, colaboradores e clientes, um dos maiores focos da empresa, afinal.
De acordo com o CEO da companhia, Celso Ferrer, essa autorização permitirá que a empresa continue focando nas estratégias de longo prazo, como a melhoria da acessibilidade, da experiência de viagem e da escolha do cliente.
Minority Report. Eu, Robô. Blade Runner. Wall-E. Pode escolher seu filme futurista preferido; uma coisa que todos eles têm em comum é projetar um cenário completamente automatizado, onde pessoas são substituídas pela tecnologia.
Mas será que o nosso futuro real ao lado da inteligência artificial também será assim?
Para Peter Cardon, professor na USC Marshall School of Business e pesquisador sobre o papel da tecnologia na comunicação em ambientes de trabalho, esse boom da IA representa o oposto disso.
Candon fala que, com a chegada da inteligência artificial, muitos profissionais correram para reforçar suas habilidades técnicas — grande parte deles fez isso em relação à IA, inclusive.
Mas em sua pesquisa mais recente, ele sugere que o que deve aumentar mesmo é o desenvolvimento das habilidades pessoais.
“Prevejo que a integração da IA exigirá que os ambientes profissionais se tornem ainda mais centrados no ser humano.”
— Peter Candon, Fast Company
Parece contraditório? Sim, e realmente é, perto de tantas previsões contrárias que ouvimos todos os dias.
Mas a pesquisa “Competências necessárias aos profissionais de negócios na era da IA: caráter e comunicação lideram o caminho” (em inglês), feita a partir de entrevistas com quase 700 líderes corporativos e de autoria de mais 5 pesquisadoras, trouxe 3 caminhos não tão comuns para a era da IA.
Para os entrevistados, as virtudes mais valorizadas na era da IA são: ética, integridade e caráter. E, logo de cara, “ética” foi a palavra que mais se destacou entre elas.
Outros atributos bastante citados na pesquisa foram a visão estratégica, capacidade de inspirar outras pessoas e motivação. Para Candon, isso reflete a necessidade da governança se envolver mais nesse processo.
Com a IA no ambiente de trabalho, será crucial ter uma supervisão cuidadosa por parte da gestão e isso precisa ser baseado em valores morais elevados e na confiança interpessoal.
“Os líderes também precisam ser transparentes sobre as complexidades éticas envolvidas na introdução da IA no local de trabalho.”
— Peter Candon, Fast Company
Para os entrevistados, é responsabilidade das empresas a criação de políticas e diretrizes para que a IA possa ser explorada do jeito certo.
Essa habilidade não é novidade para ninguém, mas a diferença agora é como ela vai ser explorada. E existe uma certa dualidade quando se trata dela.
Como a IA lida melhor com a escrita, o foco humano deve ser a comunicação oral que, de acordo com Candon, é a melhor maneira de expressar sentimentos, conexão, inspiração e outras características tão humanas.
“As pessoas devem se concentrar em aumentar sua capacidade de manter conversas profundas e significativas, facilitar discussões sobre solução de problemas e fazer apresentações mais interativas.”
— Peter Candon, Fast Company
Para o pesquisador, as organizações devem priorizar interações cara a cara e experiências em que a tecnologia tenha um papel limitado. Um verdadeiro desafio no mundo híbrido de hoje.
Ao contrário de incentivar ambientes assépticos e sem emoção, a pesquisa sugere que a IA, na verdade, vai incentivar o desenvolvimento das nossas habilidades sociais.
Aqui vale aquela máxima: a IA vai absorver tarefas que não precisam de tanta dedicação humana, para que os profissionais possam se concentrar em atividades que precisam justamente deles.
Nesse caso, o que precisa de dedicação são nossas habilidades interpessoais, nossos valores, nossa capacidade de inovar, criar, nos conectar e assim por diante.
Para Candon, as possibilidades de sucesso junto à IA são infinitas, se soubermos lidar com cuidado com a tecnologia. De acordo com ele, cabe a nós decidir que ela aprimore ou diminua as habilidades e conexões tão valiosas que, afinal, é o que nos torna humanos.
Ele tem um bom ponto, não é?
+ Sobre o futuro:
Como não é só de inteligência artificial que se faz o amanhã, Gigi Casimiro, doutora em tecnologias imersivas, apontou 4 tecnologias que prometem virar hype este ano.
Se a cantora realmente tem um karma, não sabemos, mas que Taylor Swift tem um ímã de holofotes e oportunidades, isso é certeza.
Caso você não esteja a par da vida pessoal de Taylor, ela namora o jogador Travis Kelce, tight end do time Kansas City Chiefs e atual campeão do Super Bowl, o famoso jogo final da NFL.
E o que tudo isso tem a ver? Em uma jogada de marketing super específica, a American Airlines nomeou voos de Kansas (cidade sede do time) para Las Vegas (onde vai ser o jogo) como AA1989.
Para quem é fã, essa foi uma escolha genial e autoexplicativa. Mas, caso você ainda não esteja entendendo nada, 1989 é o ano de nascimento da cantora e o nome de um de seus álbuns mais famosos. Logo, um símbolo de Taylor e uma forma de surfar no hype da “loirinha”.
“Há ainda outras rotas renomeadas para o retorno ao Missouri com “AA87”, em referência a Travis Kelce, tight end dos Chiefs e namorado da cantora, que usa o número 87 na equipe.”
— ESPN
Acontecimentos assim tem sido chamados de “o efeito Taylor Swift”, nada surpreendente para quem conquistou a turnê mais lucrativa da história, afinal.
Se esse relacionamento é bom para os dois, também não sabemos. Mas que tem sido incrível para as marcas envolvidas, isso é fato.
✨ Não somos a Taylor, mas garantimos um efeito quase tão bom quanto ser o foco de todas as propagandas e estratégias de marca: estar por dentro de todas elas e, futuramente, produzir o mesmo efeito no mercado. Até a próxima!
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