previsão do mercado: Menos US$1 milhão pela desigualdade salarial

bizi | 17.03.23

Aqui no Bizi, falamos bastante sobre a luta pelo espaço e reconhecimento das mulheres no ambiente de trabalho, certo? Apesar de acostumados a ver essas pautas, o dado que trouxemos hoje assustou até a redação.

Um levantamento de dados feito pela ONG norte-americana National Women’s Law Center expôs a desigualdade salarial sofrida pelas mulheres, especialmente quando se tornam mães: para cada dólar pago aos homens que são pais, as mães ganham apenas US$0,58.

A pesquisa mostra como é desigual o tratamento entre homens e mulheres quando se tornam pais. A impressão que fica é que, enquanto os pais recebem um bônus, as mulheres são punidas por sua maternidade — e isso afeta inclusive seu salário.

Dados do Pew Research Center mostraram, inclusive, que mães entre 25 e 44 anos têm uma probabilidade menor de estar no mercado de trabalho (entrar ou permanecer) do que mulheres da mesma idade que não têm filhos.

Além da quantidade de horas trabalhadas durante a semana e das oportunidades que “escapam” quando se tornam mães, a desigualdade salarial ao longo dos anos cria um gap que pode chegar a até US$1.188.960 ao longo de 40 anos de carreira nos EUA.

São muitas camadas e, quanto mais presentes elas estão no perfil da profissional, pior fica o cenário. Segundo a Forbes Brasil, a disparidade salarial de gênero e raça está presente em 94% dos empregos.

“Nos Estados Unidos, as mulheres que trabalham em período integral ganham apenas US$ 0,84 centavos para cada dólar pago a homens brancos não-hispânicos. A diferença aumenta para muitas mulheres latinas e indígenas, que ganham US$ 0,57, e mulheres negras, que recebem US$ 0,67. As brancas ficam com US$ 0,80. O status parental, identidade de gênero e orientação sexual também impactam essa diferença.”
— Forbes Brasil

Essa diferença estrutural não afeta só as mulheres, mas também suas famílias e as futuras gerações, já que dois terços delas são o arrimo da casa nos EUA.

Segundo dados de projeção, levará 132 anos para recuperar a lacuna econômica geral de gênero, causada pela desigualdade.

Faz parte das ações que o ESG já está difundindo por aí, mas não custa relembrar, a igualdade de gênero precisa ultrapassar o discurso e se tornar, de fato, parte da cultura das empresas.

Sejam em questões mais subjetivas de grande impacto, como investir na carreira e no desenvolvimento das mulheres, ou até em ações estruturais, como creches dentro das empresas ou salários iguais — o mínimo para começar essa conversa.

Apesar de ser um problema em si, a desigualdade salarial também é um sintoma de algo muito maior e pior, que é o machismo, a misoginia e o preconceito, capazes de estragos muito mais profundos que a economia de qualquer país.

As empresas são agentes importantes nessa transformação que acontece de dentro para fora em todas as instituições principais da nossa sociedade. Já está mais do que na hora de abraçar essa responsabilidade.

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