bizi | 25.08.23
A redação deseja boas-vindas à primeira parte da primeira cobertura oficial que fizemos aqui no Bizi: o Digitalks Expo 2023. Coisa de primeira mesmo!
A primeira coisa a ser dita é que tentamos, porém, falhamos na missão de cobrir TUDO o que rolou no Digitalks este ano. Compreenda: somos uma redação só e muitas atrações ao mesmo tempo.
Vamos falar mais dos números desse grande evento daqui a pouquinho, mas, se você acompanhou a divulgação sabe que ele é o principal evento de negócios do universo digital no Brasil e, assim, tem um nome a zelar, não é?
Desde 2009, o Digitalks realiza grandes eventos em todo o Brasil, dissemina conteúdo em diversos canais de comunicação, capacita e conecta pessoas, incentivando a geração de negócios no setor digital. O objetivo da empresa é fomentar o desenvolvimento e o crescimento do setor digital.
— Site oficial do Digitalks
E, pelo visto, tem dado muito certo.
Desde o começo, as edições do evento têm vindo em uma crescente de importância, abrangência e números. E sobre a edição mais recente (também conhecida como ontem e anteontem), que aconteceu no Pavilhão 1 do São Paulo Expo, podemos falar com propriedade.
De tudo o que vimos no Digitalks Expo 2023 — e não foi pouca coisa — trouxemos o que consideramos mais relevante por aqui, para compartilhar com você que não pode estar por lá.
Essa news é a parte 1 da news mais completa que poderíamos trazer. Por isso, dividimos ela em 2 partes. Na primeira, essa aqui, você vai conferir:
Na nossa próxima news, na terça-feira, você vai ver:
Não vai dizer que não avisamos, hein? Fique de olho no seu e-mail preferido 😉
Vamos aos insights?
A gente começa esse conteúdo com o título de uma das palestras que vimos no dia 2: “Tudo o que eu sabia sobre Inovação estava errado!“. Provocador, não é? Mas, na verdade, faz muito sentido.
Quem trouxe esse desabafo sincero foi Cristiano Kruel, CIO da StartSe.
Entre os insights, o executivo disse que a gente gosta de conceituar as coisas e por isso tenta conceituar também a inovação. Mas, idealmente, ela não deveria ser conceituada.
Em lugar disso, ele trouxe 3 conceitos importantes para buscar a inovação:
Para Kruel, inovar não é fazer maluquice, é a ciência de experimentação, é como avançar no escuro.
Para inovar, precisamos questionar os conceitos que já conhecemos, precisamos de menos pressa para mudar e mais paciência para aprender.
“No fim do dia, inovar é aprender o que os outros não aprenderam ainda.”
— Cristiano Kruel, Digitalks Expo 2023
Em um painel sobre como implementar essa mudança nas empresas, especialistas falaram sobre o respeito às etapas e ao aprendizado — de cada colaborador, em cada nível da estrutura, e do negócio como um todo.
Para Chantal Ghannam, da Yara International, não existe uma receita de bolo, mas existem os ingredientes que não pertencem a esse processo.
Não dá para montar uma equipe de pessoas especializadas em inovação e dizer que agora a empresa tem transformação digital. É algo que deve acontecer em todas áreas da empresa, principalmente com o apoio da liderança.
“Tem uma coisa essencial: se o CEO (ou a liderança) não quer fazer, a transformação digital não vai existir”
— Chantal Ghannam, Digitalks Expo 2023
Para Aruã Caselli, o erro da Endeavor Brasil foi antecipar essas etapas e colocar OKRs logo no primeiro ano da operação.
Eles precisavam de maturidade antes, mapear e ir escalando nível a nível desse status e também puxar as lideranças de negócios para o ritmo do time de inovação.
Hoje, eles contam com uma escala de maturidade que mede e acompanha o avanço tanto das áreas técnicas, como dados e inovação, quanto da área de negócios, essencial para fazer a transformação acontecer.
É preciso maturidade para entender não somente sobre o mercado de dados e quais processos o analytics envolve, mas principalmente qual é o momento da empresa em relação aos dados.
Não importa o tamanho, todos os negócios (até um MEI) podem usar dados para aprender, para errar e para trazer resultados — às vezes, necessariamente nessa ordem.
Para Tatiana Cury, da Whirlpool, existem 2 to-dos para começar:
De acordo com Paola Campanari, da Vivo, é preciso mais do que ferramentas ou treinar a inteligência artificial, é preciso treinar e orientar as pessoas — e isso é função dos líderes.
“Existem muitos cursos, materiais, conteúdos sobre dados e inteligência artificial. O que faltam são pessoas.”
— Paola Campanari, Digitalks Expo 2023
O founder e CEO do Just a Little Data, Denys Fehr, também falou sobre a importância de começar.
É preciso ter pessoas tradutoras de dados, especialistas na área que fazem essa ponte entre as áreas técnicas e o restante do time. Mas isso não impede que todos possam se envolver nesse processo.
Em um dos painéis, ele fez um teste muito rápido e significativo:
“Quantas pessoas fizeram um curso de gastronomia, ou têm o conhecimento técnico para cozinhar?”
Umas 3 pessoas em todo o auditório do Business Trends levantaram a mão.
“Quantas pessoas conseguem servir um prato de comida ‘nota 6’, comível?”
Quase todo mundo levantou a mão!
Não é preciso ser técnico ou ter uma formação específica, todas as áreas podem aprender e usar os dados em seu dia a dia.
Por fim, para ter uma cultura de dados é preciso:
Não é fácil, mas no futuro vai valer a pena.
Já tínhamos dado a letra aqui no Bizi, mas o Digitalks Expo 2023 confirmou: a gamificação faz parte do futuro das conversas entre marcas e consumidores.
Tanto é que o evento contou com um palco só sobre isso, o Brand Gamification Talks, e trouxe vários representantes desse mercado que pode ser tudo, menos nicho.
Em um dos talk shows do primeiro dia do evento, Henrique Yamauchi, Product Owner da Claro Gaming, falou sobre as várias ações de gaming que a marca tem feito desde 2019.
Yamauchi contou que tudo começou com uma provocação de como atingir esse mercado.
Definitivamente, não dá para chamar de nicho, não é?
Esse número não considera somente quem fica horas jogando no PC, mas todo mundo que tem um joguinho do coração, mesmo que seja no celular, no intervalo do trabalho ou depois de ler o Bizi. 😉
Depois de entender esse mercado amplo e diverso, hoje a Claro Gaming possui diversas parcerias e patrocínios. Como esse é um público que não para de crescer, foi um tiro certeiro!
Em um painel sobre “como marcas não-endêmicas podem dialogar com a comunidade gamer“, Giovanna Cartapatti, da 3C Gaming, e Henrique Nunes, da Heineken Company, também falaram sobre como a Heineken iniciou essa conversa.
A primeira dica é contratar um gamer. Sim, e não é brincadeira.
De acordo com Henrique, essa pessoa é essencial se a empresa não entende desse universo, pois é ele que vai puxar essa cultura, advogar pela comunidade e fazer essa ponte.
Além de entender essa comunidade, também é válido criar com ela, desenvolver esse relacionamento e a colaboração. Segundo eles, o win-win acontece quando é tudo com e para a comunidade.
“A comunidade gamer é extremamente engajada e tem lembranças de marcas que se propõem a viver essa comunidade.”
— Giovanna Cartapatti, Digitalks Expo 2023
Além de jovem, engajada e pronta para se relacionar com as marcas, os gamers também são muito espertos em perceber quando é só pelo interesse.
Por isso, uma das dicas que mais ouvimos nesses e em outros conteúdos sobre o tema é: “precisa ser um trabalho consistente”.
Só patrocinar ativações pontuais é o mesmo que jogar dinheiro e expertise fora. Assim como em todo relacionamento saudável, a comunidade gamer está interessada em quem também se interessa genuinamente por ela.
Entrar nesse jogo ainda é opcional. Mas só para quem não está muito afim de ganhar experiência, alcançar resultados e começar um legado que trará mais diversidade e pontos para as marcas.
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