última news: Fazendo hora extra

bizi | 20.06.23

Hora extra é bom ou ruim? Depende de quem responde ou da idade de quem faz? O Bizi de hoje trouxe essa (polêmica) discussão e mais insights quentinhos sobre o mercado. Vamos conferir?

DATA NOSSA DE CADA DIA: A geração Z é a geração com mais horas extras

Você já fez horas extras? Dependendo do seu tempo de experiência, essa é quase uma pergunta retórica.

Mas, da mesma forma que ela parece óbvia, também parecia óbvio concluir que, se tem uma geração que não faria isso, é a geração Z.

Aparentemente, a expectativa estava distante da realidade e a geração mais jovem surpreendeu o mercado novamente.

Jovens da geração Z não somente fazem horas extras não pagas, como são o grupo mais propenso a essa atitude.

Dados do relatório People at Work 2023, feito pelo ADP Research Institute mostram que pessoas entre 18 e 24 anos tendem a fazer 8 horas e 30 minutos extras por semana — seja entrando mais cedo, saindo mais tarde ou trabalhando durante intervalos e almoço.

A pesquisa foi realizada com 32 mil profissionais, de 17 países, e trouxe descobertas interessantes.

Sozinho, esse dado já é impactante, mas quando comparado com outras gerações, fica ainda mais:

  • Pessoas de 45 a 54 anos = 7 horas e 28 minutos
  • Pessoas com 55 anos ou mais = 5 horas e 14 minutos

Veja bem, não é que eles gostem disso, até porque ninguém gosta, não é? Mas a geração Z acabou de chegar em um mercado abalado em muitos sentidos e a insegurança é companhia certa em sua carreira.

Especialistas dizem que, com a pandemia, a instabilidade econômica, os diversos layoffs e licenças que marcaram os últimos anos (e, portanto, seus primeiros anos de trabalho), eles sentem a necessidade de provar o seu valor à empresa

Segundo o People at Work, metade dos profissionais hoje se sentem inseguros em seus cargos. E a geração Z está incluída nessa porcentagem.

Até mesmo o estereótipo da geração é um motivador para fazer diferente. De acordo com Jasmin, 25 anos, entrevistada pela BBC, o fato de todos pensarem que “a geração é preguiçosa e só quer trabalhar de casa” é mais um desafio a ser vencido no trabalho.

Mas se engana quem pensa que essas horas são feitas em troca de reconhecimento salarial ou qualquer tipo de promoção.

Apenas 50% dos trabalhadores da geração Z esperam por um aumento salarial nos próximos 12 meses, em contraste com cerca de dois terços nas outras faixas etárias.

Não muito distante de seus irmãos mais velhos, os millennials, os genZers também são afetados pela cultura da hiper-produtividade que, inclusive, já chegou no TikTok.

Para Lara Holliday, executiva e treinadora de carreiras, os jovens estão “juntando agitações“. Isso significa que esse ritmo apressado, de uma rotina que literalmente os empurra para a produtividade a qualquer custo, é interpretado por eles como aspiracional.

E, por falar em inspiração, a economista-chefe do ADP Research Institute, Nela Richardson, aponta que essas horas extras também podem vir do desejo por estar em um trabalho com propósito e ética, algo que é prioridade para esses jovens.

“Existe um senso de otimismo dos mais jovens em relação ao progresso que muitas empresas têm feito nessa área. (…) Muitos estão realmente otimistas com os avanços em igualdade salarial e programas de DEI nas companhias em que trabalham.”
— Nela Richardson

No entanto, por mais que existam bons motivos, uma hora ou outra esse ritmo pode levar ao desgaste profissional. E, para muitos profissionais, isso já está acontecendo.

O relatório também mostrou que a geração Z particularmente sofre com ansiedade e burnout. De fato, esses jovens são mais propensos a sofrerem com o estresse do que qualquer outro grupo.

Richardson complementa dizendo que, ao mesmo tempo que a geração é super otimista, sua relação com o trabalho também é cercada por cautela e preocupações

Eles terão que encontrar o equilíbrio entre manter sua posição, sua ética e seu foco no trabalho, mas de uma forma que não os leve direto para o burnout.

Para Richardson, isso é questão de tempo, sim, mas principalmente de autoconsciência.


WOW: Ai, A.I., esses anúncios…

Se você viu as últimas notícias sobre propagandas brasileiras, ou a usabilidade da IA, ou mora em São Paulo e se deparou com um totem diferente na rua, então já está por dentro do que está acontecendo nas campanhas dos fast foods.

Mas, se você não se encaixa em nenhuma das descrições anteriores, não se preocupe, o Bizi está aqui para te atualizar.

Tudo começou quando o McDonald’s fez uma pergunta ao ChatGPT: “Qual o hambúrguer mais icônico do mundo?”

Por sua vez, a inteligência respondeu dizendo que, “é provavelmente o Big Mac”, dando detalhes da criação e composição do hambúrguer que, segundo o ChatGPT, é frequentemente usado como símbolo da globalização.

Para fechar o anúncio (que estava longe de ser único), o Mc assinou com “I.Amo muito tudo isso”, um joguinho de palavras com seu slogan e a sigla mais falada ultimamente, IA.

Usando a mesma ideia, a mesma estrutura e o mesmo tom de provocação, o Burger King deu sua resposta em forma de outra pergunta para o ChatGPT: “E qual o maior?”

Para o BK, o ChatGPT respondeu que o WHOPPER é o maior em termos de tamanho e quantidade dos ingredientes, e ainda acrescentou dizendo que a opção é considerada robusta e satisfatória.

Dessa vez, a assinatura escolhida para a peça foi um singelo “O mA.Ioral.”

Até aí, nada de novo. Afinal, a disputa entre as redes é antiga e, inclusive, mais acirrada em outros países onde a propaganda competitiva e abertamente comparativa é liberada.

Mas a novidade da vez foi o Subway — por sua vez, a maior rede de fast food do mundo — que também fez sua pergunta para o ChatGPT, direcionando para o lanche mais famoso do seu cardápio:

“E o Footlong? É maior que os hambúrgueres?”

Ao que o ChatGPT respondeu que, em geral, o Footlong do Subway, um lanche com aproximadamente 30cm de comprimento, “é maior do que um hambúrguer típico de fast food”.

A inteligência ainda completou dizendo que o Footlong é “uma opção mais substancial em termos de tamanho e quantidade de comida”.

Para assinar a peça, o Subway escolheu a frase “Por que brigar por coisas pequenas? VA.I. de Footlong”, seguindo a famosa premissa de “por que provocar só um, se você pode provocar dois ao mesmo tempo?”.

Algo nos diz que essa não será a última pergunta ao ChatGPT que vira publicidade. O que você achou das campanhas?


INSIDE: O Cannes Lions aumentou

A temporada dos leões começou! A edição do Cannes Lions Festival de 2023 chegou com novidades impactantes.

De acordo com o Estadão, representante oficial do festival no Brasil, as inscrições brasileiras aumentaram 6% do ano passado para cá.

Foram 2.037 inscrições nas diversas categorias do festival, contra 1.942 de 2022. Ao todo, o Cannes Lions Festival 2023 recebeu 26,9 mil cases inscritos.

Mas, além das inscrições brasileiras, o que também aumentou foi a moral dos canais tradicionais.

De cara, o festival notou uma alta de 18% no número de projetos feitos por marcas de produtos de consumo. Isso mostra não só mais investimento nos canais tradicionais, mas também mais confiança nas marcas. Ponto para o setor!

Mas, como um festival onde a premissa é a inovação, outra novidade desta edição é o Entertainment Lions for Gaming, categoria inaugural, que já chegou com 609 inscrições.

“O grande envolvimento em vários Leões, incluindo áreas emergentes como B2B, jogos, comércio e transformação de negócios, nos mostra que há uma crescente confiança e investimento em canais não tradicionais”.
— Simon Cook, CEO do Lions

De acordo com Philip Thomas, presidente do Lions, isso demonstra, de uma vez por todas, a relevância e oportunidade dos games no marketing criativo.

Thomas diz que está ansioso para ver o corpo de trabalho que vai surgir desta categoria e nós não poderíamos concordar mais!

Outras categorias que aumentaram em relação às inscrições de 2022 foram:

  • Outdoor Lions: aumento de 7%;
  • Experiência e ativação de marca: aumento de 16%;
  • Entertainment Lions: aumento de 18%;
  • Creative Commerce Lions: aumento de 25%;
  • Glass: The Lion for Change e Innovation Lions: aumento de 30%;
  • Estratégia criativa: aumento de 35%;
  • Creative Business Transformation Lions: aumento de 59%.

As premiações do festival já começaram (ontem, dia 19 de junho) e seguem até sexta-feira, dia 23.Vamos torcer para que o aumento das inscrições resulte em um aumento de leões!

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