framework: 24h de treinamento

bizi | 17.03.23

Pensando na sustentabilidade prática dos negócios, pessoas novas entram em uma empresa, são treinadas por seus líderes, se desenvolvem lá dentro, se tornam líderes e dão continuidade ao ciclo. Será?

Um levantamento feito pela Associação Brasileira de Treinamento e Desenvolvimento (ABTD) mostrou que esse fluxo não está correndo como deveria.

A pesquisa Panorama do Treinamento no Brasil, feita com 522 respondentes de todo o país, chegou a uma média bem tímida: 24h de treinamento por colaborador.

Se pensarmos em uma rotina de 8h diárias, são 3 dias dedicados à essa especialização que pode dar continuidade ao negócio… e só.

A média encontrada pelo panorama é 32% menor que a praticada nos EUA, por exemplo. Enquanto por aqui um colaborador demora em média 2 anos para ganhar uma promoção e evoluir no plano de carreira, lá isso acontece em cerca de metade do tempo.

O quadro todo é complicado, mas piora quando se trata — adivinha? — da geração Z. Sim, além de público em potencial, eles também são o futuro do mercado de trabalho do lado de dentro.

Esses jovens, que estão entrando agora nas empresas, disputando suas primeiras vagas e até já pensando em pular para a próxima, têm demandas muito especiais e não é diferente quando se trata do emprego que querem.

De acordo com a pesquisa Líderes do Futuro, 34% deles olham para as oportunidades de crescimento que a empresa oferece como prioridade para escolher uma vaga.

Empatados em 2º lugar nas prioridades da genZ, aparecem o salário (28%) e a chance de trabalhar em algo que tenha um propósito com o qual se identificam (28%).

A pesquisa The Global Talent Trends Report da Universum, feita com 190 mil jovens, também mostrou que 91% dos universitários acreditam que é importante as empresas investirem em programas de treinamento e desenvolvimento para estagiários.

Expectativas altas? Sim. Mas não é tão difícil de entender e implementar as mudanças, principalmente se as empresas começarem a pensar no retorno que tudo isso pode trazer.

Segundo o relatório Global Talent Trends 2020, elaborado pela Mercer, os programas de T&D personalizados podem levar a um aumento de até 37% no engajamento dos colaboradores e até 44% na retenção de talentos.

Não é só pelo turnover. Segundo a pesquisa da ABTD, 86% das empresas têm seus orçamentos de T&D definidos; o que falta — e que a geração Z ajuda a expor — é a falta de clareza na hora de comunicar.

Foi esse motivo, inclusive, que levou o grupo VCRP Brasil a criar o cargo de ZEO, uma ação em conjunto com o time de RH para desenvolver a comunicação com a genZ.

Além da VCRP, muitas empresas já estão desenvolvendo seus próprios cases de sucesso em T&D, como é o caso da fintech Neon, que conseguiu efetivar 10% de seus estagiários em tempo recorde, graças ao treinamento e desenvolvimento contínuo.

Para os especialistas no assunto, o acompanhamento desses talentos, não somente com materiais, mas com a assessoria de especialistas ajudando a desenvolver habilidades técnicas específicas e as desejadas soft skills, pode ser a chave para conquistá-los de vez.

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