bizi | 17.11.23
Mês entra, mês sai e parece que ainda estamos na mesma discussão: será que o modelo híbrido funciona? O home office ainda faz sentido? É melhor voltar para o presencial? No Bizi de hoje, trouxemos diversos dados para você decidir se é a favor ou contra a flexibilidade nos modelos de trabalho, além de vários outros insights. Vem conferir!
Nesta semana, um vídeo bem peculiar bombou nas redes sociais. Durante um evento, a empresária Cris Arcangeli (que já foi um dos tubarões do programa de empreendedorismo Shark Tank Brasil), falou que é contra o home office.
A partir daí, nem precisamos falar, opiniões se dividiram e guerras foram travadas nos comentários de várias publicações em dueto com a fala de Arcangeli.
O vídeo em si nem é tão recente — a publicação do corte no perfil do TikTok da empresária é de agosto deste ano —, mas reacendeu a discussão sobre modelos de trabalho que está presente em nossas conversas corporativas desde a pandemia.
De acordo com Cris, o home office não deveria nem ser uma opção. Para ela, é impossível implementar a cultura da empresa nesse modelo, já que os colaboradores ficam dispersos e cuidam de seus próprios interesses no tempo da empresa.
Cris fez até um contraponto entre ter qualidade de vida vs. evoluir na carreira.
Mas, espera aí, dona tubarão. Então quer dizer que não dá para ter os dois?
Essa semana também nos deparamos com alguns artigos interessantes sobre o tema e trouxemos aqui para complementar esse raciocínio.
A pesquisadora de Estudos Culturais e Urbanos, Mariane Santana, deu uma entrevista à Revista Trip sobre a tal zona de conforto e como tendemos a interpretar esse “lugar” da forma errada.
Ela iniciou sua pesquisa para desvendar justamente de onde vem a aversão da sociedade ao conforto. E aqui acrescentamos, principalmente, no contexto do mercado de trabalho.
“O tema da produtividade atravessa a cultura urbana e nossas vidas. Tanto o meu conteúdo quanto as minhas pesquisas migraram para entender de onde vinha esse nosso desespero para fazer sempre mais.”
— Mariane Santana, Revista Trip
De acordo com a pesquisadora, deveríamos estar buscando essa zona de conforto ao invés de estar constantemente fugindo dela. E o problema está justamente em entender a zona de conforto como algo ruim.
Para ela, existe uma diferença bem clara entre estar em uma zona de conforto, onde existe segurança e acolhimento para viver, e estar estagnado, na zona de desesperança, como chama.
Dessa segunda, a gente tem mesmo que fugir. Mas, enquanto sociedade, podemos buscar o conforto e o bem-viver — inclusive em nossa relação com a produtividade e o trabalho.
Voltando aos modelos propriamente ditos, uma pesquisa exclusiva do Grupo QuintoAndar mostrou que quase metade dos colaboradores não estão dispostos a abrir mão do seu home office.
Exatamente 43% dos entrevistados disseram que pediriam demissão e buscariam por outro emprego se a empresa atual voltasse para o regime presencial de trabalho.
E talvez o mais interessante seja que a maioria deles está na faixa dos 35 a 44 anos. Entre os mais novos, de 18 a 24 anos, 39% disseram que tomariam a mesma decisão.
Vale lembrar que esse índice é tanto de profissionais que estão trabalhando 100% remotos, como dos que trabalham em modelo híbrido (60% dos entrevistados).
A pesquisa descobriu que, enquanto o trabalho presencial influenciou a escolha do lugar onde moram para 57% dos entrevistados em regime presencial, 70% dos remotos consideram o silêncio da sua própria casa relevante para o trabalho que desempenham. E, nesse ponto, a redação remota concorda 100%!
Mas se você faz parte da liderança da sua empresa e neste momento está se perguntando sobre o$ número$ de$$as decisõe$, também temos dados fresquinhos por aqui.
Já trouxemos algumas comparações entre os modelos de trabalho aqui no Bizi, dá para conferir aqui e, mais recentemente, aqui também.
Mas, nesta semana, também vimos um relatório sobre o estudo robusto divulgado pela startup Scoop em parceria com o Boston Consulting Group (BCG) sobre a relação entre o crescimento de receita e as políticas de trabalho remoto nas empresas.
O estudo foi feito com 554 empresas de capital aberto dos EUA ao longo de 3 anos e é um dos únicos e pioneiro neste tema.
O relatório mostra que empresas flexíveis — em regime totalmente remoto ou que permitem que seus funcionários escolham quando ou se vão ao escritório — tiveram uma taxa de crescimento de receita de 21%.
Enquanto as empresas mais restritivas — que exigem o presencial em tempo integral ou em alguns dias na semana — tiveram uma taxa de crescimento de receita de 5%.
Entre as empresas analisadas pelo estudo:
Mas o mais interessante está por vir.
Segundo ela, políticas flexíveis são como um sinal de culturas que confiam nos colaboradores, oferecem benefícios amigáveis e valorizam a inovação.
E ainda tem gente que decide deliberadamente não se encaixar nessa descrição.
“O argumento que muitos executivos e membros do conselho têm é que eles acreditam que empresas que oferecem flexibilidade vão ter desempenho inferior porque (as equipes) não estão juntas; (Eles dizem) que não vão permitir conversas informais e o desenvolvimento de relacionamentos. Os dados sugerem que não apenas isso não é verdade em termos de desempenho inferior, mas você pode realmente ter um desempenho superior.”
— Rob Sadow, CEO e cofundador da Scoop, Forbes
Qualquer semelhança com o discurso que abriu essa news não é mera coincidência.
Por fim, é claro que a decisão no fim do dia é sua (ou da sua empresa) de optar por um modelo ou outro de trabalho.
Mas enquanto pudermos trazer alguns insights por aqui para te lembrar de olhar para todos os lados antes de tomar uma decisão em prol da produtividade da equipe, assim faremos.
Como anda o modelo de trabalho por aí?
O que acontece quando você junta pessoas muito diferentes em uma só equipe?
Esse é um clássico “8 ou 80”, em que ou as coisas vão dar muito errado porque cada um pensa de forma diferente, ou as coisas vão dar muito certo, porque cada um pensa de forma diferente.
Não, não foi erro de digitação da redação. Queremos propositalmente dizer que a diferença pode ser o motivo do sucesso ou do fracasso de equipes diversas. Principalmente, quando essa diversidade se trata de gerações.
Já até trouxemos essa pauta para o Bizi antes. Vale lembrar que, junto ao desafio de fazer as equipes multigeracionais se entenderem, também existe a barreira do etarismo dentro das empresas.
Afinal, como é possível fazer uma pessoa de 60 anos pensar em sintonia com uma de 20?
A SPUTNiK, empresa de educação corporativa, fez uma pesquisa sobre o sentimento da liderança e esse foi um dos focos. Confira alguns insights:
Essas são algumas das descobertas da segunda edição da pesquisa Panorama do Sentimento das Lideranças.
Este ano, ela foi realizada com mais de 260 líderes e mostra como eles se sentem em relação ao trabalho, tanto hoje quanto no futuro.
Para conferir o material na íntegra, clique aqui.
É verdade. A redação não consegue mais parar de pensar nele, o ano de 2024.
O novo ciclo já está às portas e já temos uma coleção de tendências para ajudar a planejá-lo e executá-lo com excelência.
Hoje, escolhemos as top 6 tendências de consumo eleitas pelo Top Global Consumer Trends 2024, um estudo anual da Euromonitor que destaca pontos de atenção no futuro próximo.
O estudo já começa destacando algumas áreas que já vemos por aqui este ano, como sustentabilidade, acessibilidade, bem-estar e, claro, inteligência artificial — mas do jeito certo.
E essas são só algumas das descobertas do material. Vem saber um pouquinho mais sobre cada uma das tendências:
Todos os dias, novas ferramentas de IA estão surgindo e, em 2024, esse ciclo continuará crescente.
A previsão da Euromonitor é que os consumidores comecem a cocriar com a inteligência artificial e estejam cada vez mais integrados com ela no dia a dia.
Isso vai impactar diretamente sua relação com as marcas, na hora de criar ofertas e, principalmente, experiências.
Sabe quando a rotina está pesada e você só quer tirar 5 minutinhos (ou 5 horas) para abstrair?
De acordo com o relatório, 29% dos consumidores se sentiriam confortáveis se as marcas começassem a rastrear esses momentos e emoções para personalizar experiências que proporcionem essa fuga da realidade. Um pouco Black Mirror, mas muito útil!
Com certeza os consumidores estão cada vez mais engajados com a sustentabilidade, mas de forma alguma isso significa que eles aceitam qualquer coisa verde.
Pelo contrário, eles estão muito mais atentos se as empresas e os governos também estão fazendo essa parte e criando impactos positivos.
Segundo o estudo, os consumidores querem que as organizações avancem na agenda sustentável e deem provas disso. Mais seriedade e transparência do que nunca!
Somos seres políticos, já diriam todos os que já se reconheceram politizados. Não à toa, questões políticas e sociais estão cada vez mais tomando o palco das nossas identidades — para o bem ou para o mal.
A tendência é que, no futuro, os consumidores expressem ainda mais essas convicções e, assim, procurarão por marcas que dão match com esses valores.
Nada de invasão de sistemas, talvez a expressão mais capaz de traduzir essa tendência é o nosso jeitinho brasileiro de se virar para equilibrar todas as contas.
A economia anda em crise, esse é um fato mundial. Então, a tendência é que, cada vez mais, os consumidores busquem aprender hacks para ajustar sua mentalidade financeira e obter melhores negócios.
Começando pelo começo, 44% dos consumidores planejam economizar mais dinheiro no ano que vem.
Eu ouvi “bem-estar e saúde mental” pela 500ª vez nessa news? Não à toa, essa é uma das tendências mais fortes para o próximo ano.
De acordo com o estudo, os consumidores estão buscando “soluções rápidas e eficazes para melhorar seu bem-estar físico e mental”. Certos eles, não é?
A eficácia em suas descobertas é o que vai determinar o sucesso em suas decisões de compra, ou não.
Por fim, o chefe de inovação da Euromonitor International, Alison Angus, acredita que a forma certa de lidar com essas tendências não é mudar nada, mas sim, ressaltar pontos da marca que já existem.
“As empresas devem lidar com assuntos sensíveis com cautela, mantendo-se fiéis aos valores centrais de sua marca.”
— Alison Angus, chefe de inovação da Euromonitor International
Com quais delas sua empresa se encaixa?
🧘 Com tendências, discussões saudáveis e muita reflexão, a redação te deseja um bom final de semana e uma próxima semana com muita qualidade de vida — porque todos merecemos. Até a próxima news!
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