bizi | 19.04.24
Será que o governo norte-americano estava certo esse tempo todo?
Fontes que trabalharam na equipe de publicidade do TikTok disseram que dados sensíveis dos anunciantes não receberam um tratamento com tanta sensibilidade. As provas foram entregues com exclusividade à Forbes.
“Se você é um anunciante nesta plataforma, suas informações [podem] ser acessadas por funcionários globais e distribuídas para outros fins”, disse uma pessoa que trabalhou na equipe de publicidade do TikTok nos EUA por dois anos. “A plataforma de anunciantes era uma espécie de Faroeste e não foi pensada para proteger as informações dos clientes.”
— Forbes
Antes de se preocupar com o fim do TikTok, vamos entender a questão?
Na plataforma de publicidade da rede vizinha, assim como em qualquer outro espaço de mídia, existia uma equipe de vendas, em que o objetivo final era, obviamente, vender.
“Imagine, como exemplo, usar informações privadas do McDonald’s para incentivar o Burger King a intensificar sua publicidade, e vice-versa.”
— Forbes
No caso da LGPD do Brasil, que trata de dados pessoais, dados sensíveis são aqueles com relação à origem racial ou étnica, convicções religiosas ou filosóficas, opiniões políticas, filiação sindical, questões genéticas, biométricas e vida sexual de uma pessoa (Sebrae).
Já no caso de empresas, esses dados sensíveis são informações comerciais e fiscais, como faturamento, pagamentos, análises de desempenho dos anúncios, gastos e outras métricas.
Tudo isso passava a ser do conhecimento do TikTok, já na chegada das empresas anunciantes à plataforma de ads da rede. Esses dados ficavam armazenados na ferramenta MMM, ou 3M, de “Make More Money” (“Faça Mais Dinheiro”). A MMM, claro, foi criação da ByteDance (a dona do TikTok).
De acordo com a Forbes, empresas de todos os portes podem ter tido seus dados expostos por essa “técnica”. Em uma lista obtida pelo portal constam milhares de marcas, desde pequenos, como o Departamento de Turismo de Dakota do Sul, até grandes nomes, como a NFL, a Johnson & Johnson e a Pfizer.
“Os dados dos anunciantes eram gerenciados ‘de maneira muito improvisada, onde poderiam ser facilmente baixados, acessados, compartilhados e vistos por outros membros da equipe que não estavam trabalhando na divisão’, disse um funcionário.”
— Forbes
A matéria também conta que, até meados de 2023, o MMM era o mesmo para funcionários dos EUA e da China. Mas, conforme o governo norte-americano foi avançando nas restrições à rede vizinha, os funcionários receberam um memorando sobre o “desacoplamento” do software.
Vale lembrar que tudo isso acontece enquanto o TikTok passa por um processo extenso e com consequências seríssimas nos EUA. Agora, mais do que nunca, o app pode ser banido dos States.
Mas, apesar da polêmica instaurada, o TikTok continua sendo uma referência para outras redes quando se trata de publicidade bem feita que gera resultados.
Em uma matéria recente, com insights do Web Summit Rio, o Mundo do Marketing chamou a habilidade de Shoppertainment, um novo jeito de promover compras por meio do conteúdo e do entretenimento.
O que nos faz questionar se, mesmo com todo esse potencial, o TikTok pode dançar de vez.
Como quem busca incessantemente por todos os vídeos de uma trend, por aqui seguimos acompanhando essa história e todas as suas versões.
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