bizi | 04.02.25
A volta de Neymar ao Brasil e uma newsletter sobre marketing, tendências e dados. Será que esses dois ingredientes combinam? Se tem movimentação do mercado, ações interessantes e branding no meio, o Bizi também estará lá. Por isso, nessa edição também falamos sobre saúde mental, inteligência artificial e as novidades da Apple Intelligence. Vem conferir essa news cheia de insights.
Se você torce para o Santos FC ou acompanha um pouco sobre o universo do futebol brasileiro, com certeza está sabendo que Neymar voltou para o time.
E se encontrar esse tema aqui no Bizi te confunde, não se preocupe, não somos fanáticos e nem mudamos as premissas da nossa news. Mas uma coisa não tem como ignorar nesse comeback: a reação das marcas com a presença do jogador novamente no Brasil.
Definitivamente, é um hype que vale a pena analisarmos.
Neymar Jr. é um dos maiores atletas de futebol de sua geração — independentemente de quem ele é do lado de fora dos campos, isso não temos como negar.
O jogador começou sua trajetória de sucesso no Santos FC, em 2009, e antes já jogava nos times de base do clube. Em 2013, ele foi para o Barcelona e também passou pelo Paris Saint-Germain antes de deixar os times europeus em 2023 e ir para o Al-Hilal, da Arábia Saudita.
Porém, este ano, depois de vários rumores, Neymar confirmou que voltaria para o Santos FC, time com o qual conquistou diversos títulos, inclusive a Libertadores — um dos prêmios mais importantes para o futebol nacional.
Neymar também foi convocado para a Seleção Brasileira e jogou 3 Copas do Mundo. Mesmo não tendo conquistado esse título, o jogador é um dos maiores nomes do futebol brasileiro e mundial e, por isso, sua volta tem sido motivo de comemoração entre santistas e fãs.
O jogador foi apresentado oficialmente no dia 31 de janeiro, uma sexta-feira que lotou a Vila Belmiro, estádio do Santos FC, e o coração dos torcedores.
Mas quem amou, tanto quanto eles, foram as marcas! Afinal, Neymar sempre atraiu muito os olhares do marketing.
“O retorno do atacante Neymar ao Santos não está mexendo apenas com o dia-a-dia do clube e do futebol mundial em geral, mas também com os patrocinadores envolvendo tudo o que cerca os produtos que o jogador vai participar.”
— Exame
Só para citar um exemplo dessa relação, Neymar já teve um contrato de longo prazo com a Nike, que se estendeu de 2011 a 2020.
Mas o que veio depois é ainda mais impressionante: o jogador rompeu o contrato com a Nike para assinar simplesmente o maior acordo de patrocínio entre jogadores do futebol do mundo com a Puma, de 26 milhões de euros anualmente (cerca de $ 161 milhões na cotação de hoje).
O contrato se estende até hoje e, inclusive, se mostrou presente em uma das ações de boas-vindas ao jogador na chegada ao Brasil.
Entre uma ação e outra no Big Brother Brasil 25, o Mercado Livre encontrou um espaço para fazer uma entrega especial a Neymar: as chuteiras, da Puma, é claro, que ele usará nesta temporada de reestreia no Brasil.
Vale lembrar que a marca está particularmente interessada no futebol brasileiro, já que recentemente adquiriu o naming rights de um dos principais estádios da capital paulista, que agora se chama Mercado Livre Arena Pacaembu.
Inclusive, o Diretor de Branding da plataforma, Iuri Maia, disse estar ansioso para ver o Neymar passar pela Arena. Aparentemente, ele não terá que esperar muito: a estreia do jogador está marcada para amanhã, dia 5 de fevereiro.
“O técnico Pedro Caixinha confirmou, em entrevista coletiva, que o jogador vai estrear na quarta-feira, contra o Botafogo-SP, na Vila Belmiro, pela sétima rodada do Campeonato Paulista, às 21h35 (de Brasília).”
— Globo Esporte
Aliás, o horário do jogo já é uma prévia de como a volta do jogador aos gramados brasileiros impacta todo esse ecossistema.
A TV Record, detentora dos direitos de transmissão nos canais abertos do Campeonato Paulista solicitou e conseguiu a mudança do horário do jogo de estreia de Neymar.
Vale destacar que o campeonato é considerado o maior Estadual do país — ainda mais agora, não é mesmo? Especialistas acreditam que, mais do que uma oportunidade de crescimento para as marcas, a volta do jogador é uma oportunidade sem igual para o crescimento da audiência, tanto do Paulistão quanto da TV aberta.
O que antes estava marcada para às 19h30, mudou para 21h35 por motivos puramente estratégicos:
Quem também resolveu mostrar seu apoio à volta de Neymar foi a Netshoes, mas, nesse caso, não é uma primeira vez.
O e-commerce foi parceiro do Santos FC entre 2010 e 2021 por meio da Santos Store, loja online oficial do time na plataforma. Depois de um hiato de quase 4 anos, a Netshoes voltou a operar a www.santosstore.com.br, que já acumula pedidos de cupom nas redes sociais.
“Em fevereiro, a loja terá acesso em primeira mão à nova coleção de uniformes do clube para a temporada 2025 — um atrativo especial para quem deseja garantir os itens mais recentes.”
— Mundo do Marketing
A loja contará com produtos da Umbro, patrocinadora do Santos FC (pelo menos, enquanto a Puma não resolve mudar esse status), itens licenciados e outros artigos exclusivos para os torcedores do Peixe.
Além de grandiosa, essa volta também aconteceu muito rápido. Tudo isso que relatamos foi somente a primeira semana oficial de Santos FC + Neymar 2.0.
A tendência, é claro, é que as marcas continuem a se envolver com essa parceria, afinal, se as empresas estão assim, imagina a expectativa de seus clientes, digo, torcedores.
“[Neymar] É o último grande ídolo brasileiro dessa nova geração que acompanha futebol, um jogador de projeção global e bastante midiático. Então, é natural e oportuno que as marcas, competições e até mesmo os clubes adversários do Santos aproveitem esse boom de visibilidade que um atleta do tamanho dele proporciona.”
— Renê Salviano, CEO da Heatmap e especialista em marketing esportivo
Pelo ponto de vista estritamente analítico do mercado — que é o foco desta redação, na maioria das vezes —, essa volta não poderia ser melhor.
Mas agora é hora da coletiva dos leitores: o que você achou dessa reação do mercado?
A transmissão do Campeonato paulista não foi a única que ganhou um upgrade. Depois do impacto do filme “Ainda Estou Aqui” e, claro, do sucesso da atriz Fernanda Torres (que também já passou por essa editoria), a rede Globo voltará a transmitir a cerimônia do Oscar em 2025.
A comoção é tanta, que o evento já conta com o patrocínio de 17 marcas. E, vale lembrar, acontecerá em meio aos desfiles de Carnaval, o que prova ainda mais sua importância para competir com uma das maiores festas nacionais.
Como anda a sua saúde mental?
Além de ser uma pauta importante para qualquer hora, aproveitamos a pergunta para compartilhar esse estudo do Instituto QualiBest, sobre o bem-estar emocional dos brasileiros.
E já adiantamos: esse é um cenário contraditório.
“Embora 75% dos brasileiros considerem seu bem-estar emocional bom ou muito bom, 73% relataram sintomas como insônia, irritabilidade e cansaço extremo nos últimos dois anos.”
— Saúde Mental no Brasil, QualiBest
De acordo com o instituto, é fundamental entender nossas emoções para saber identificar quando precisamos de ajuda, principalmente no mundo acelerado que vivemos.
Por isso, o objetivo do estudo foi entender como anda a saúde mental dos brasileiros e a percepção sobre o que impacta ela — positiva ou negativamente falando.
Vamos aos principais dados e contrastes da pesquisa:
Mas, apesar desse índice, 3 em cada 4 pessoas relataram questões ligadas a problemas emocionais, como:
Entre os 34% que já consultaram, os diagnósticos mais recorrentes foram:
O que é curioso, já que, quando perguntados sobre o que fazem para melhorar a saúde mental, duas das respostas foram:
Um impacto proporcional ao espaço que o trabalho tem em nossas vidas, não é mesmo? Afinal, um terço dos nossos dias é dedicado ao nosso ofício — às vezes, até mais.
Entre agosto e outubro de 2024, o instituto realizou 4.087 entrevistas quantitativas online com homens e mulheres, a partir de 16 anos de idade, de todas as classes sociais e regiões do país.
O que achou desses dados? Se identifica com eles?
Que a inteligência artificial é uma realidade, você com certeza já percebeu. Mas como a essa tecnologia está presente no seu cotidiano?
Baseado em entrevistas com mais de 50 líderes globais, o estudo “GenAI for Marketing: Fear or FOMO” (algo como “IA Generativa no Marketing: Medo ou Medo de perder esse hype”), mostrou que nem todo mundo se sente preparado para esse futuro cada vez menos distante.
Apesar dos executivos de marketing acreditarem que a IA Generativa vai se tornar um divisor de águas nos próximos 3 a 5 anos, o preparo para ela está atrasado.
Dois dos principais fatores para esse despreparo são a falta de treinamento especializado e os altos custos da tecnologia. Com as últimas rodadas de investimento nas startups de IA, não dá para dizer que eles estão errados.
Porém, ao contrário desse atraso, a previsão é de que a tecnologia vai otimizar tarefas e resultados. Por isso, estar destreinado em relação à IA não paralisa, mas motiva os líderes a correrem atrás do tempo perdido.
“A adoção bem-sucedida da GenAI pode reduzir ciclos de desenvolvimento de produtos para até 6 semanas e acelerar a criação de conceitos criativos em até 60%.”
— Mundo do Marketing
De acordo com Wanessa Muñoz, COO da divisão Insights da Kantar Brasil, esse momento exige 3 elementos: treinamento, é claro, mas também o equilíbrio entre a qualidade dos dados e o uso ético das ferramentas.
E por mais automatizado que o futuro se mostre, vale destacar que, de acordo com a pesquisa, a supervisão humana ainda é essencial — tanto para validar os conteúdos gerados pela GenAI, como para evitar uma dependência da tecnologia.
1 Construção de estratégias a longo prazo: uso da IA para validar, ajustar e otimizar estratégias de longo prazo. É o caso do Group Bel, que criou a BelGPT, inteligência artificial proprietária que analisa dados do mercado atual e identifica novas oportunidades.
2 Automação de tarefas diárias: com certeza, um dos maiores benefícios da GenAI, que permite aquela premissa que todos já ouvimos: enquanto a tecnologia fica com as tarefas repetitivas, o time pode se concentrar nas tarefas estratégicas e criativas.
3 Inovação acelerada: muito além das tarefas repetitivas, a IA também pode contribuir com ideias, o que já é, em si, uma inovação. A Coca-Cola, por exemplo, utilizou a GenAI no sabor Y-3000, edição limitada de um receita de sucesso: tendências de consumo combinadas com insights dos consumidores.
4 Engajamento personalizado: mais uma forma de oferecer proximidade com o público por meio da tecnologia, a GenAI pode proporcionar interações mais personalizadas e dinâmicas com a criação de avatares digitais que desempenham o papel humano 24/7.
Agora conte para a redação: se você participasse da pesquisa, qual seria a sua nota para o seu preparo em relação à IA Generativa?
Por falar em IA, trouxemos um overview das novidades na Apple Intelligence que rolaram durante os últimos dias, com direito a possíveis parcerias. Vem conferir.
Pelo visto, não é só Neymar que quer aproveitar o entusiasmo dos brasileiros. Durante a reunião de resultados trimestrais da Apple, o CEO, Tim Cook, confirmou que o pacote de recursos de IA será disponibilizado em português ainda este ano, a partir de abril.
A novidade inclui também a expansão do Apple Intelligence para a Austrália, Canadá, Nova Zelândia, África do Sul e Reino Unido.
Mas, vale lembrar que a alegria não será de todos os #TeamApple quando isso acontecer. O Apple Intelligence está disponível apenas nos celulares da maçã a partir do iPhone 15 Pro, além de outros dispositivos da marca, mais recentes também.
E, talvez, essa não seja a única novidade da Apple no setor IA. Há rumores de que a empresa esteja de olho em uma integração com ninguém mais, ninguém menos que a DeepSeek.
Caso o nome não seja familiar para você, a startup chinesa de inteligência artificial abalou as estruturas do mercado de IA, principalmente do ChatGPT, diga-se de passagem. Rolou até uma brincadeirinha de que a primeira a perder o emprego para uma inteligência artificial não foi uma pessoa, mas a OpenAI, rs.
Porém, o interesse da Apple na DeepSeek não é no hype mundial, mas especificamente no mercado chinês.
Como você pode ver aqui em cima, a China não é um dos mercados que vai receber a presença do Apple Intelligence na próxima expansão e nem é um dos que já contam com ela. Mas sabe quem está lá? Isso mesmo, a DeepSeek.
Além de ser chinesa, a IA da startup também é open source, o que chama ainda mais a atenção de quem deseja colaborar com ela.
“Por estar plenamente em conformidade com as políticas de desenvolvimento de IA na China, a DeepSeek tem caminho livre para implantar seus modelos sem esbarrar em entraves regulatórios. Isso a torna uma parceira ideal para empresas estrangeiras que buscam entrar ou se fortalecer no enorme mercado chinês, incluindo a Apple.”
— TechTudo
Entretanto, tudo isso não passa de especulação de mercado, por enquanto.
Até porque, além das vantagens, também existem alguns desafios que com certeza entrariam no caminho da maçã se a integração acontecesse, de fato. É o caso as questões de privacidade e segurança de dados, um tópico extremamente sensível e nada simples de resolver.
Por enquanto, mesmo com o despontar de novos concorrentes poderosos, resta saber que a Apple não desistiu de ser a n.º 1 no quesito IA também. É aquele famoso ditado: se não pode com eles, junte-se a eles.
Quem também está de olho nesse lado do globo é a OpenAI, claro. Nesta semana, o presidente-executivo do SoftBank Group, Masayoshi Son, anunciou um acordo de joint venture no Japão com a empresa de Sam Altman.
A conta é alta: o SoftBank pagará a quantia de US$ 3 bilhões por ano para usar a tecnologia da OpenAI em suas empresas, além de outros investimentos na big tech.
🧠 Saúde mental em dia e insights até sobre o que você não cogitava ver no Bizi também. Pelo menos é assim que esperamos que você tenha chegado ao fim dessa news. Até a próxima edição!
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