bizi | 30.05.25
Mais uma vez, Elon Musk virou pauta no Bizi por um motivo que, sinceramente, não esperávamos: o executivo anunciou ontem (29) que está saindo do governo Trump.
Não falamos na news, mas com certeza você viu em outro lugar: desde a eleição de Trump (e até um pouco antes), Elon demonstrou total apoio ao presidente.
Em janeiro deste ano, ele assumiu posição de destaque no DOGE (Department of Government Efficiency ou Departamento de Eficiência Governamental). O órgão não-oficial é exclusivo desta era Trump e encarregado de reduzir os gastos do governo.
Segundo o próprio Musk, “a missão de Doge era acabar com a ‘tirania da burocracia’, economizar o dinheiro dos contribuintes e reduzir a dívida nacional dos EUA, que está em US$ 36 trilhões”. (BBC)
Desde então, o bilionário participou ativamente de várias polêmicas, como:
Apesar dos esforços, o DOGE não cumpriu a meta de economia inicialmente estabelecida por Elon, de até US$ 2 trilhões por ano.
Segundo regras do cargo, Elon Musk não poderia mesmo ficar mais de 130 dias (que terminariam oficialmente amanhã, considerando o dia da posse de Trump). Mas, ontem mesmo, Elon usou sua conta no X para se despedir. Ele agradeceu a Trump a “oportunidade de reduzir gastos desnecessários” e aproveitou para deixar um último recado:
“A missão do DOGE só se fortalecerá com o tempo, à medida que se tornar um modo de vida em todo o governo.”
— X
Mesmo antes de anunciar a saída, Musk já estava dando indícios dessa possibilidade.
“Voltei a trabalhar 24 horas por dia, 7 dias por semana, e a dormir em salas de conferência/servidores/fábrica. Devo estar super concentrado no X/xAI e na Tesla (além do lançamento da Starship na próxima semana), pois temos tecnologias críticas sendo lançadas.”
— X
Com tudo isso, o clima na Casa Branca não era dos mais amistosos nos últimos dias, embora fontes internas afirmem que a relação entre Musk e Trump siga muito bem, obrigado.
Um ponto interessante em tudo isso é que, quase imediatamente após o anúncio, as ações da Tesla subiram 2%.
Ao longo do ano, as ações da empresa caíram 11%. Inclusive, a marca sofreu uma onda de protestos entre março e abril de 2025, em que alguns carros chegaram a ser depredados nos EUA.
Por isso, quem ficou muito feliz com o anúncio foram os acionistas da empresa. De acordo com especialistas do setor financeiro, essa saída de Elon melhorará a imagem e confiança da Tesla no mercado.
Vale lembrar que a Tesla está se preparando para lançar veículos 100% autônomos, com a entrega da primeira unidade em junho deste ano, ou seja, a qualquer momento a partir de domingo.
Segundo a Forbes, “grande parte do valor de mercado da Tesla depende dessa aposta”.
Na ordem que Trump assinou sobre a criação do DOGE, o projeto deve ser concluído até julho de 2026.
A declaração oficial da porta-voz de Trump, Karoline Leavitt, agradeceu a Elo por tirar o DOGE do papel e disse que “os esforços para reduzir o desperdício, a fraude e o abuso continuarão” (BBC).
Mas, com a saída de Elon, a atuação do departamento ainda é incerta.
Segundo o The Wall Street Journal, os últimos passos de Elon como funcionário do governo também incluíram uma tentativa de boicote a um acordo entre EUA, Emirados Árabes e OpenAI para a construção de um dos maiores data centers de IA do mundo.
Falando em IA e jornais, o New York Times fechou um acordo com a Amazon, permitindo que a inteligência artificial da empresa use o conteúdo de seus artigos e marcando o primeiro licenciamento do portal a uma IA.
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