bizi | 11.03.25
É quase cinema, e é hype porque é polêmico. O novo teste do Prime Video reacendeu uma discussão sobre os limites do uso de IA: dublagens com a tecnologia é inovação ou sem noção?
A comoção recente aconteceu porque o streaming da Amazon lançou na semana passada, dia 5 de março, um programa de inteligência artificial que gera dublagens automáticas em inglês e espanhol.
O objetivo é tornar os conteúdos mais acessíveis e tem uma condição bem específica: só entrará em cena em filmes e séries licenciados que não contam com dublagem viva (por dubladores profissionais).
“No Prime Video, acreditamos em melhorar a experiência dos clientes com inovação de IA prática e útil. (…) Estamos ansiosos para explorar uma nova maneira de tornar séries e filmes mais acessíveis e agradáveis.”
— Raf Soltanovich, vice-presidente de tecnologia da Prime Video e da Amazon MGM Studios
Além da acessibilidade para o público e facilidade por parte das produtoras (alô, corte de custos), vale lembrar que a dublagem por IA consegue um feito inédito nesse trabalho: reproduzir a voz exata do ator original.
Mas nada disso é motivo suficiente para ter a aprovação do público.
Caso você não saiba, existe uma formação para ser dublador; não é simplesmente falar “por cima” de uma cena, mas reinterpretá-la em um idioma diferente.
E isso inclui muitas coisas: desde adaptar (e melhorar) piadas até trazer a emoção correta de volta para a cena. E, convenhamos, emoção não é a especialidade da IA — pelo menos, não ainda.
Aqui também vale ressaltar que o uso de IA no universo cinematográfico foi um dos motivos para a mais recente greve dos roteiristas de Hollywood, em 2023, que resultou em muitos acordos para melhorar as condições de trabalho desse cargo. Entre essas decisões, os acordos decidiram que estúdios e produtoras devem informar sempre que utilizarem IA nas produções.
Apesar da repercussão recente, o assunto não passou a ser hype agora. Em janeiro de 2024, o perfil Dublagem Brasileira publicou seu apoio ao movimento #DublagemViva que, por sua vez, deu apoio ao movimento Real Voices, com início em novembro de 2023, nos EUA.
Todos com um só objetivo: defender a cultura da dublagem e o papel insubstituível dos dubladores.
Aqui no Brasil, isso nem exigiu muito esforço. Todos os fãs do conteúdo dublado, de desenhos e animes a filmes e documentários, admiram esses profissionais.
Mas também tem aqueles que acreditam que isso é só o começo e que, em breve, a IA vai mesmo dominar esse cenário, assim como pode fazer com tantos outros. De qual lado você está?
Será que os dubladores devem ter medo da temida substituição pela IA? O que você achou da iniciativa do Prime Video? Conta pra gente!
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