bizi | 08.10.24
O Bizi de hoje está um pouco enviesado e nem é culpa da redação. Na curadoria desta terça-feira, vimos um fenômeno muito comum há pelo menos 3-4 anos: as marcas querem conquistar as gerações mais jovens — e ninguém pode julgá-las porque, afinal, todo mundo quer. Confira notícias quentinhas sobre as novidades do Facebook, a nova coleção da Ray-Ban, sustentabilidade, previsões de compra para o próximo feriado e muito mais.
Se você estava no Brasil no início dos anos 2010, quando o Facebook chegou de vez por aqui, você lembra como a rede social era a sensação do momento.
Provavelmente, você se lembra também de quando, poucos anos depois, outras plataformas surgiram e o “Face” começou a perder relevância entre os mais jovens. Costumavam até dizer que a rede “Orkutizou”, uma forma nada carinhosa de dizer que os conteúdos ficaram datados e que aquele ambiente online envelheceu.
Um levantamento do Statista, feito em janeiro deste ano, mostrou que a presença do público jovem adulto, de 25 a 34 anos, até subiu, chegando a 27,7%. Mas é o público um pouco mais velho, +45 anos, que ainda prevalece na rede, com 29,4%.
Para isso, nada de trends ou dancinhas; a Meta anunciou nesta semana que o principal investimento para atrair os mais jovens são opções que ativam e facilitam a conexão com a comunidade local.
Na verdade, é um conjunto de mudanças. Além da comunidade, elas priorizam informações sobre vídeos, Facebook Groups e até funções de inteligência artificial.
“A Meta busca resgatar a relevância do Facebook para uma geração que valoriza interações rápidas e personalizadas.”
— Exame
Uma das principais novidades do Facebook é justamente a aba “Local”, que prioriza informações que estão rolando perto do usuário, como eventos, vendas, recomendações de serviços e comércios locais — um pouco parecido com o que o Google faz.
De início, a aba será testada apenas em algumas cidades dos Estados Unidos, mas, se der certo, chegará rapidinho em outros locais.
Outra novidade que segue a mesma proposta é a aba “Explore”, que foi repensada para fornecer recomendações personalizadas, que vão desde dicas de viagem até grupos de interesse.
A aba oferece 2 feeds: um baseado em interesses e padrões de comportamento do usuário, e outro, claro, baseado em conteúdos locais.
E é claro que não daria para deixar os vídeos de lado. Até porque, de acordo com uma pesquisa da própria Meta, 60% dos jovens adultos assistem à aba Reels diariamente. Você se encaixa nessa estatística?
O Facebook já conta com uma aba dedicada a esse formato, porém, nessa atualização, ela vai ganhar um player em tela cheia, tanto para os famosos vídeos curtos, quanto para vídeos longos e transmissões ao vivo.
Para chamar a atenção das novas gerações e de todos os curiosos sobre a tecnologia, afinal, a Meta vai trazer recursos de IA exclusivos para o Facebook.
É o caso da função “Imagine Yourself”, integrada ao Feed, Stories e perfis, que possibilita a criação de imagens a partir de textos.
Além dele, a inteligência artificial da rede também permitirá resumir comentários em grupos e páginas, com o objetivo de deixar as interações mais rápidas e acessíveis. E, por falar em boa experiência de usuário, o Facebook ainda está testando recursos de notas em status e lembranças de fotos e mensagens.
Os criadores de conteúdo já fazem parte da rede, mas agora terão um incentivo maior para voltarem mais vezes. Recentemente, a Meta um programa de monetização para os creators no Facebook, a fim de incentivar os vídeos curtos e, principalmente, interativos.
Enquanto o Facebook se esforça para resgatar, o TikTok está preocupado em manter seu público jovem adulto. Assim, também nesta semana, a plataforma anunciou novas ferramentas automatizadas de publicidade.
O interessante é que, de acordo com David Kaufman, Head Global de Soluções e Operações de Produtos de Monetização do TikTok, a inspiração é bem semelhante à do Facebook: o envolvimento com as comunidades.
“Nosso objetivo é conectar marcas à comunidade única do TikTok, onde cultura, descoberta e comércio se encontram. Com as novas soluções de performance automatizada, recursos de mensuração e a recente campanha de anúncios de pesquisa, estamos capacitando as marcas a se envolverem ainda mais com sua comunidade e alcançarem resultados empresariais significativos.”
— David Kaufman, Propmark
Coincidência? Achamos que não.
Por falar em gerações mais novas, já falamos por aqui que um dos requisitos para gostarem de uma marca, seja como consumidores ou colaboradores, é que ela tenha objetivos e ações de sustentabilidade.
Se fosse só por isso, já seria bem compreensível que muitas empresas estejam perseguindo esse objetivo, junto com outras metas de ESG.
Mas, em um planeta com cada vez mais crises climáticas e consequências irreversíveis da nossa interferência, nada mais justo do que buscar restaurar o que foi perdido e preservar o que resta — independentemente de qual for o segmento.
Honrando a analogia do “copo meio cheio”, Danilo Maeda, diretor da Beon ESG, aponta que isso é bom, mas pode ser ainda melhor:
“As perguntas que tentam medir a qualidade das estratégias mostram espaço para evolução, as empresas em grande parte não estão usando as ferramentas mais adequadas.”
— Danilo Maeda, diretor da Beon ESG
Dá uma olhada nos principais dados da pesquisa:
A Beon ESG conta que consultou desde empresas médias de capital fechado a grandes corporações do país. Ao todo, 401 líderes dos setores de agronegócio, indústria, comércio e serviços do Brasil foram ouvidos na pesquisa, que ocorreu entre março e maio deste ano.
O levantamento foi feito pela Nexus Pesquisa e Inteligência de Dados e tem parceria da Aberje (Associação Brasileira de Comunicação Empresarial). No portal Um Só Planeta você pode conferir mais detalhes.
O que achou dos resultados? Sua empresa está do lado mais cheio ou mais vazio nesse caso?
Não basta dizer que você quer se aproximar das novas gerações; você tem que criar ações pensadas exclusivamente nesse público. Foi exatamente isso que a Ray Ban priorizou no novo lançamento.
Mas, mais do que isso, esse é também um lançamento exclusivo para o público brasileiro, com campanha e fabricação feitas por aqui.
“Acreditamos na força de Ray-Ban globalmente, é praticamente um sinônimo de categoria e precisamos desdobrar o quão icônica essa marca é para os brasileiros. O Brasil é um mercado extremamente importante. Cada vez mais estamos conseguindo localizar, traduzindo as campanhas globais para como eles conseguem se comunicar e se enxergar dentro dessas campanhas”.
— Mariana Pacheco, Brand Manager da Ray-Ban no Brasil
“A Ray-Ban é essa super marca globalmente reconhecida por ser democrática e atemporal. Uma tendência para nós é a comunicação com os novos consumidores e o Brasil apresentou um super resultado com esse lançamento, foi um sucesso.”
— Fernanda Porto, Diretora de Marketing da EssilorLuxottica, detentora da marca Ray-Ban
Assim, nasceram dois modelos, um de grau e outro de sol e variações de cor e materiais dentro deles.
Além do estilo, a coleção também foi orientada por princípios de sustentabilidade, com materiais sustentáveis e embalagens eco-friendly. Uma oportunidade perfeita para dizer: “nós avisamos”.
O lançamento oficial começou nesta semana e conta com influencers da marca, como Johnny Hooker, Mano Brown, Marcos Mion e Giovanna Ewbank — todos inegavelmente bem brasileiros, mas talvez não tão genZ. Fica aí o questionamento.
A coleção não é limitada, então esse gatilho não vai te chamar. Mas se quiser conferir os modelos, eles já estão no site da Ray-Ban.
O próximo dia 12 de outubro pode não ser feriado para quem está na escala 5×2, mas com certeza será uma data significativa para os adultos do Brasil.
Falando agora de uma geração ainda mais jovem, o Dia das Crianças é uma data comercial importante para o segundo semestre e não será diferente esse ano.
Um levantamento da Associação Brasileira das Empresas de Cartões de Crédito e Serviços (Abecs) encomendado ao Instituto Datafolha apontou que a data vai movimentar R$ 18 bilhões em 2024. Se alguém tinha dúvidas de como as gerações mais jovens impactam na economia, aqui tem parte da resposta.
A pesquisa ainda mostrou que, em relação ao Dia das Crianças no ano passado:
Os dados não relevaram quais são os itens mais procurados — algo que pode divergir muito dependendo não dos filhos, mas da visão dos pais —, mas apontou os meios mais acessados para isso:
Já sobre o pagamento:
Como está o planejamento para a data por aí?
💗 Para conquistar alguém é preciso cumprir uma série de requisitos e alguns mimos adicionais. Mas, dados empíricos do mercado e do amor, apontam que sempre vale a pena quando o propósito é genuíno. Até a próxima edição!
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