bizi | 05.12.23
Chegamos à nossa centésima news! Quanta emoção nesta terça-feira! Pensamos em fazer vários trocadilhos com a fonética do número 100, mas a verdade é que o Bizi continua sendo 100% dedicado a quem não tem tempo a perder. Então, sem mais delongas, vem conferir com a gente todos os insights que reunimos sobre a COP28, sustentabilidade, acessibilidade digital e resiliência dos negócios. Tudo a ver, muita curadoria e sem enrolação 🙂
No dia 30 de novembro começou um dos eventos mais importantes do ano: a COP28, Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas, que acontece anualmente.
Para além da participação do Brasil na conferência, queremos trazer um POV (point of view, ou ponto de vista) sobre como isso impacta nas marcas e no mercado. Vamos?
Antes mesmo da COP28 começar, a Forbes já tinha adiantado que o evento “terá implicações profundas para as economias globais – e também para o mercado de trabalho”.
E se você segue o Bizi vai concordar, pois um dos assuntos que mais falamos por aqui é justamente a sustentabilidade, um dos pilares do ESG e o core da conferência.
Mas será que o mercado está preparado para essas implicações?
Pesquisas, medições e a própria natureza já deixaram claro que é urgente pensar no clima, em todas as esferas da sociedade. Mas um relatório do LinkedIn apontou uma falha importante no sistema:
De acordo com o relatório, somente 1 em cada 8 profissionais possuem uma ou mais das tais habilidades verdes.
E a disparidade aumenta ainda mais quando se trata da desigualdade de gênero:
“Isso indica que, embora as empresas criem cada vez mais empregos verdes (nem sempre diretamente relacionados à sustentabilidade, mas que exigem essas habilidades), enfrentam dificuldades em encontrar pessoas qualificadas para essas funções. Esse fenômeno não é exclusivo de nenhuma região.”
— Forbes
Além de investir na formação e educação dos profissionais e incentivar contratações mais inclusivas, a principal dica da revista é quebrar as barreiras sistêmicas que impedem que grupos sub-representados avancem na indústria verde.
Isso inclui uma mudança realmente estrutural, que envolve treinamento e conscientização de todos os níveis da empresa — não somente sobre a equidade de oportunidades, mas principalmente aqui, sobre a necessidade de sermos conscientes em todos os sentidos.
E essa mudança no mercado deve acontecer para ontem — não só pela ansiedade climática, mas para o bem dos negócios.
Em outro artigo, a Forbes trouxe duas previsões interessantes, diretamente do estudo Panorama 2024, realizado pela Amcham Brasil, em parceria com a Humanizadas:
Recentemente, falamos mais sobre a inteligência artificial aqui no Bizi. Mas é interessante observar também como as empresas estão evoluindo em relação ao ESG.
Para Abrão Neto, CEO da Câmara Americana de Comércio Brasil e Estados Unidos, o empresariado brasileiro tem evoluído em suas responsabilidades com o meio ambiente no mesmo ritmo da busca pelas inovações tecnológicas.
Na verdade, todas as ações nesse sentido tem um propósito bem verde: na sustentabilidade e na conta bancária.
Desde a transição energética até a retirada de carbono da atmosfera (com compra de créditos, inclusive), ou o próprio treinamento de profissionais, como falamos aqui em cima, tudo isso custa bastante dinheiro.
Nesse outro artigo da Forbes, você pode conferir mais soluções que já foram ou ainda serão discutidas na COP28.
Para incentivar ainda mais ações nesse sentido, a UNICEF e o Instituto Alana desenvolveram o projeto The Important Stuff (O Que Importa), com depoimentos de quem está mais interessado nas mudanças climáticas: as crianças.
São 25 depoimentos, de crianças de 12 países, que tiveram suas vidas, casas e cidades afetadas de alguma forma pelo clima.
“Segundo dados da ONU, as crianças são as mais impactadas pela emergência climática e representam um terço da população mundial (cerca de 2,2 bilhões de pessoas), sendo que metade delas (mais de 1 bilhão) vive em locais expostos a severos riscos climáticos, especialmente no Sul Global.”
— Propmark
O filme foi desenvolvido pela Fbiz e dá para ver aqui.
Vale lembrar também que, além das entidades governamentais, os consumidores também querem ver esse comprometimento por parte das marcas, como já adiantamos outras vezes aqui no Bizi.
Por isso, apesar da distância geográfica da conferência, é importante lembrar que os problemas causados pelo clima, assim como as consequências para as empresas que não se posicionarem para resolvê-los, estão bem perto.
Seu negócio já tem um plano para essa causa? A dica de ouro do Bizi de hoje é que você não demore para pensar nessa questão.
Você sabe o que significa PCD?
Essa sigla é até bem conhecida, certo? Mas você saberia descrever uma pessoa com deficiência da forma correta? Ou auxiliá-la sem ser capacitista? E, principalmente, você sabe incluir a acessibilidade nos conteúdos da sua marca da forma correta?
Antes de mais nada, o Bizi não está aqui para julgar, ok? Na verdade, aprendemos bastante enquanto escrevíamos sobre esse tema aqui na news e continuamos aprendendo. Então, saiba que, se esse for o seu caso, você não é a única pessoa a dizer não para alguma dessas perguntas.
Para sanar essa necessidade do mercado e ajudar as marcas a serem mais acessíveis e inclusivas, o IAB Brasil e a Sondery lançaram o Guia de Acessibilidade para Conteúdo no Digital.
E já vamos adiantando que esse guia de boas práticas faz isso muito bem.
De acordo com o Meio & Mensagem, esse é o primeiro passo para um trabalho de reeducação do mercado sobre a acessibilidade.
Já na Introdução, o Guia de Acessibilidade fala que, de acordo com a Organização das Nações Unidas (ONU), mais de 1 bilhão de pessoas no mundo vivem com algum tipo de deficiência, física ou intelectual. Mas apesar de representarem um grande número de pessoas, elas não são representadas pela sociedade, muito menos pelas marcas.
“E isso inclui desde o desenvolvimento de produtos e serviços até a criação de conteúdos e campanhas publicitárias.”
— Guia de Acessibilidade para Conteúdo no Digital
À frente do projeto, a Sondery, que é uma consultoria de acessibilidade criativa para projetos de publicidade, já apoiou outras iniciativas, como a produção dessa campanha do Burger King, feita em parceria com a David.
E isso não é importante só porque pessoas sem deficiência puderam ver um pouco sobre como a acessibilidade funciona, mas também porque pessoas com deficiência se sentiram incluídas pela propaganda, sem precisar acionar nenhum recurso na TV para entender o que estava acontecendo.
“Quanto mais pessoas entenderem que a acessibilidade só traz benefícios, que uma página com a semântica correta e descrição de imagens ajudam no próprio SEO e no Google, melhor será. Esses elementos ajudam pessoas que estejam com acesso precário à internet, por exemplo. As pessoas ainda têm essa resistência de achar que é muito difícil ou que o público deles não precisa disso, mas são boas práticas que devem ser colocadas na produção diária do conteúdo”.
— Ana Clara Schneider, fundadora da Sondery
Aliás, a proposta do Guia é justamente essa, incluir esse pensamento inclusivo e ter a acessibilidade como item indispensável do dia a dia das produções.
Nele, você vai encontrar os 3 pilares da acessibilidade em campanhas digitais (audiodescrição, Libras e legendas) e também uma tabela de substituições para termos que, às vezes nem percebemos, mas são preconceituosos e excludentes.
Vale muito a pena conferir e, mais que isso, colocar o Guia em prática!
Resiliência. Essa palavra amada por coaches e tatuagens também deveria ser o lema dos negócios digitais.
Em um artigo do Search Engine Land, Antonella Pisani, CEO e fundadora da Eyeful Media, falou sobre suas descobertas durante sua trajetória empreendedora.
Em alguns tópicos, ela aborda dicas essenciais para agências de marketing digital serem resilientes e sobreviverem aos períodos de recessão e incerteza econômica, da mesma forma que aos de rápido crescimento.
Na nossa opinião de curadoria, achamos que esse é um tutorial perfeito para qualquer negócio B2B que exista hoje no digital, independente do segmento. Por isso, atente-se para as dicas da CEO:
Indo na contramão do que muitos consultores indicam, Antonella acredita que se especializar em um segmento ou plataforma suscetível à retração ou recessão pode ser um risco, não um benefício.
Para ainda trabalhar com a diferença como fator competitivo, ela indica 2 jeitos:
Especialmente para negócios B2B, considere a diversificação dos seus clientes, em tamanho, setores e canais, na medida do possível.
Para isso, é crucial que a sua equipe tenha conhecimento suficiente dessas áreas para poder atendê-las, ok?
Pisani ainda aconselha a não depender de um ou dois clientes, somente.
“Idealmente, seu principal cliente deve representar 10% ou menos do seu negócio. Coisas acontecem; se você estiver diversificado o suficiente, pode sobreviver à perda de um cliente ou à redução do trabalho de um cliente.”
— Antonella Pisani, SEL
Do ponto de vista do tamanho, ela ainda deixa uma fórmula ideal:
Mesmo que você tenha escolhido um nicho muito específico, vão existir outras empresas “iguais” a você. Então, como se diferenciar sem usar as mesmas táticas?
“Você precisa entregar resultados esperados com uma ótima equipe, mas acredito que há verdade na citação de Maya Angelou: ‘Aprendi que as pessoas esquecerão o que você disse, esquecerão o que você fez, mas nunca esquecerão como você as fez sentir’.”
— Antonella Pisani, SEL
Seja transparente com seu cliente para proteger seus relacionamentos com ele, seja realmente um parceiro.
Antonella lembra que as pessoas lembrarão especialmente como você as fez sentir tanto em apresentações, quanto em reuniões e nas interações diárias.
Uma das coisas mais importantes é contratar pessoas que também sejam resilientes e consigam se adaptar não somente às mudanças do mercado, mas da sua empresa.
Enquanto líder, sua função é promover uma cultura que incentive esse comportamento de aprendizado contínuo.
A CEO explica que, para ela, é importante contratar com base nos valores que você prioriza. Para a Eyeful Media, dois dos mais importantes são humildade e senso de humor. Já parou para pensar em quais são essenciais para você?
Ela ainda deixa claro que, para os profissionais que não têm esse fit cultural, não é bom demorar em cortar relações.
“Mesmo ótimos trabalhadores podem se tornar tóxicos para a organização se não estiverem alinhados culturalmente com os outros na empresa. Tem uma citação que gosto de usar, que diz que se você vê algo abaixo do padrão e não faz nada, então você estabeleceu um novo padrão. Isso também é verdade para a cultura — se você vê algo fora da cultura e ignora, você criou uma nova cultura.”
— Antonella Pisani, SEL
E, claro, para ser resiliente também é importante permanecer flexível às necessidades do seu cliente, entender que vendas funcionam em ciclos e que eles também podem passar por crises.
Antonella conta que mostrar esse compromisso além do lucro pode construir e fortalecer relacionamentos profundos na sua organização, assim como aconteceu na dela.
Salários, benefícios, honorários… O custo com o material humano geralmente é o maior dentro das operações.
A dica de ouro da executiva é que você não economize neste quesito, mas também não comprometa a saúde financeira do seu negócio com a folha de pagamento. Como, então equilibrar os dois?
No caso da Eyeful Media, foi com uma estratégia de pessoal flexível, com contratos de meio período e escolhas estratégicas entre pessoas júnior e sênior.
Mas, mais do que isso, é preciso conversar com a equipe e ir moldando o pessoal conforme o negócio muda e evolui. Além de uma atenção especial aos líderes.
“Parte da resiliência requer não ficar muito sobrecarregado, mas cercar-se de ótimos líderes. Você precisará desse excelente time de liderança para navegar pelas adversidades e mudanças que costumam ocorrer entre os gestores e funcionários de nível sênior durante os períodos de alto crescimento.”
— Antonella Pisani, SEL
Sobre a parte financeira, propriamente dita, ela deixa algumas dicas importantes:
Por fim, a CEO garante que o sucesso é um processo que não acontece da noite para o dia.
“Ao navegar por períodos de crescimento e declínios, é importante se preparar para o sucesso além do primeiro ano ou dos cinco anos e até mesmo depois.”
— Antonella Pisani, SEL
Ao preparar seu negócio digital para ser resiliente, tenha em mente que as ações são para o presente, mas principalmente para o futuro.
E por aí? Já coloca esses princípios em prática?
🥳 100% do que você viu aqui foi feito especialmente para deixar sua semana bem informada e menos Bizi. Ou seria mais? 100 news depois, ainda estamos variando na semântica do nosso nome. Mas prometemos voltar sem divagações (ou não) na sexta-feira. Obrigada por fazer parte dessa grande caixa de entrada <3 e até a próxima!
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