bizi | 18.10.24
Como se alguém atualizasse as letras miúdas de um contrato, agora a Meta pode sofrer acusações de algo que a empresa vem fugindo constantemente: ser nociva para os usuários mais jovens.
Faz tempo que a big tech vem sendo enquadrada por acusações nada leves, como usar dados para treinar IA, ou por veicular anúncios ao lado de publicações impróprias, ou justamente por ser altamente viciante.
Até semana passada, a Meta tinha uma espécie de proteção contra essa última, baseada em uma lei federal conhecida como Seção 230, de regulamentação de plataformas online. Inclusive, em uma entrevista recente, Mark Zuckerberg, o CEO da empresa, negou que suas redes sociais tenham relação com a saúde mental dos jovens.
De acordo com a Reuters, em um desses processos, mais de 30 estados norte-americanos participam das acusações. O novo status “aberto a acusações” agora abre precedentes para que mais estados busquem mais evidências dessa nocividade.
O que deve ter sido mais uma dor de cabeça para Zuckerberg, foi um alívio para os advogados envolvidos nas acusações. Segundo eles, a decisão foi “uma vitória significativa para os jovens de todo o país que foram impactados negativamente por plataformas de rede social viciantes e prejudiciais.” (Reuters)
Por enquanto, a resposta da Meta é a discordância, claro. Um porta-voz disse ao portal que a big tech desenvolveu inúmeras ferramentas para dar suporte a pais e adolescentes. Uma delas foi a criação das “Contas para Adolescentes” no Instagram.
Mas, para os advogados que participam das acusações, nada disso foi suficiente para barrar essas redes. De acordo com eles, as plataformas criam algoritmos viciantes que podem levar à ansiedade, depressão e problemas de imagem corporal.
E existem dois agravantes aqui: 1) isso acontece principalmente entre adolescentes, e 2) não existe nenhum alerta sobre esses riscos.
Vamos ficar de olho nessa situação.
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