bizi | 10.01.25
Nesta edição, você vai entender como o fim da checagem de fatos nas redes sociais da Meta abre portas para o discurso de ódio contra minorias e a proliferação de fake news. Além disso, temos as últimas sobre o BBB 25, o desafio da fragmentação de dados e canais de mídia, as tendências mais quentes do marketing de influência e muito mais.
O reality mais assistido do Brasil começa na próxima segunda-feira (13), mas o aquecimento já começou ontem, com o Big Day! O público conheceu quem são as duplas participantes da nova edição, que você pode conferir aqui.
E o jogo já começou forte para a Globo: todas as cotas de patrocínio foram vendidas com antecedência, garantindo a presença de 21 marcas no programa. As negociações começaram em outubro passado, logo após o Upfront Globo, e já colocaram o BBB 25 no mapa como um dos maiores cases de rentabilidade da emissora.
O BBB 25 promete, mais uma vez, ser um espetáculo para marcas e espectadores. Já escolheu sua torcida?
A jornada do consumidor nunca foi tão complexa, e as marcas varejistas sabem disso. Um recente estudo da Kantar Ibope Media, intitulado “A batalha pelo last click: A disputa pelo consumidor na época mais importante do varejo”, revelou que o maior desafio para as marcas hoje é navegar pela fragmentação dos dados e canais de mídia.
Se conectar com o consumidor onde quer que ele esteja é uma prioridade, e a estratégia omnichannel tem sido a carta na manga dos grandes varejistas. Eles já estão integrando campanhas em até cinco dos sete canais publicitários mais usados, como TV, digital, rádio e OOH.
Porém, medir o impacto de cada canal e atribuir o ROI continua sendo um quebra-cabeça gigante. Não é à toa que 57% dos profissionais de marketing apontam a fragmentação de dados como o maior obstáculo na hora de aproveitar tendências.
Em seguida, são destacados: “agilidade de dados” (para 41%) e compatibilidade de tendências (13%).
O estudo mostrou que só 10% das marcas usam medições centralizadas para acompanhar resultados de mídia com mais agilidade. A maioria ainda depende de ferramentas isoladas ou faz integrações manuais, o que dificulta comprovar o retorno dos investimentos de forma precisa e comparável.
Enquanto 36% das marcas usa ferramentas específicas para cada canal e faz posteriormente a integração dos dados.
Cerca de 28% das marcas ainda medem o desempenho de cada canal individualmente e realizam a integração dos dados de forma manual.
Outras 18% enfrentam dificuldades para mensurar e consolidar informações provenientes de diferentes plataformas. Além disso, 8% não utilizam qualquer método integrado para avaliar o impacto de suas ações.
“Entender o impacto omnichannel é uma dor já de muitos anos no mercado. Afinal, com diferentes métricas e metodologias em cada parceiro de mídia, as marcas precisam integrar os dados sozinhas ou com parceiros”, afirma o estudo.
No fim do dia, entender e otimizar o ROI não é só uma questão de eficiência; é uma vantagem competitiva.
Para 31% dos anunciantes, melhorar o retorno de mídia é o principal benefício de uma estratégia baseada em dados, e o mercado está cada vez mais exigente nesse ponto.
Se a fragmentação é o maior desafio, também é a maior oportunidade para quem sabe lidar com ela, concorda? 👀
Começamos 2025 com polêmica: o CEO da Meta, Mark Zuckerberg, anunciou o fim do sistema de verificação de fatos e o lançamento do recurso ‘notas da comunidade’ — e você vai entender o que isso significa agora.
A Meta, empresa controladora do Facebook, Instagram e WhatsApp, anunciou no início da semana que encerrará seu programa de checagem de fatos nos Estados Unidos, substituindo-o por um sistema de “notas da comunidade”, semelhante ao adotado pelo X (antigo Twitter).
Nesse novo modelo, os próprios usuários poderão adicionar contextos e esclarecimentos a postagens consideradas imprecisas. Ou seja, na prática, os próprios usuários avaliarão se os conteúdos são falsos ou verdadeiros.
Para Mark Zuckerberg, esse é momento de retornar às “raízes da liberdade de expressão” e criticou o sistema atual de moderação por ser excessivamente parcial. Sem apresentar dados, ele mencionou que os verificadores de fatos mostraram-se politicamente enviesados, minando a confiança dos usuários.
Você pode conferir o vídeo (em inglês) com a declaração aqui.
A Meta também anunciou a redução de restrições a discussões sobre tópicos controversos, como imigração e identidade de gênero. A empresa pretende focar a moderação em conteúdos que violem leis ou representem riscos graves, como terrorismo e drogas, enquanto dependerá de relatos dos usuários para outras violações.
A decisão gerou preocupações entre grupos que defendem a segurança online. Organizações como a Full Fact consideraram a mudança um retrocesso que pode impactar a qualidade da informação nas redes sociais.
Especialistas temem que a ausência de verificadores profissionais possa aumentar a disseminação de desinformação e aumento das fake news.
Agora, insultos e até pedidos de exclusão de grupos em discussões sobre imigrantes, pessoas LGBTQIA+ e mulheres poderão ser permitidos, dependendo do contexto.
No site da empresa, as novas diretrizes detalham que serão autorizados insultos homofóbicos, transfóbicos, xenofóbicos e misóginos, especialmente em situações como separações amorosas. Além disso, a Meta afirma que discursos que associem homossexualidade ou transsexualidade a doenças mentais também passarão a ser aceitos, desde que relacionados a debates políticos ou religiosos.
A Meta justifica a flexibilização dizendo que deseja dar espaço a discussões mais amplas, mas o anúncio já está gerando reações negativas de organizações e usuários. Por enquanto, as mudanças são aplicadas apenas nos EUA, mas o impacto global dessa decisão ainda é uma incógnita.
Vale destacar que, não por coincidência, a mudança ocorre em meio à reaproximação de Zuckerberg com o presidente eleito dos EUA, Donald Trump. A Meta doou US$ 1 milhão para o fundo de posse de Trump e nomeou apoiadores do presidente para seu conselho administrativo, indicando um possível alinhamento com políticas mais liberais em relação à moderação de conteúdo.
Claro que a decisão da Meta repercutiu por todo o mundo. E no Brasil não foi exceção.
O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), declarou nesta quarta-feira que as redes sociais só poderão continuar operando no Brasil caso cumpram as leis vigentes no país, enfatizando que isso ocorrerá independentemente de “bravatas de dirigentes irresponsáveis”.
“Aqui no Brasil, a nossa Justiça Eleitoral e o nosso STF, ambos já demonstraram que aqui é uma terra que tem lei. As redes sociais não são terra sem lei. No Brasil, [as redes sociais] só continuarão a operar se respeitarem a legislação brasileira. Independentemente de bravatas de dirigentes irresponsáveis das big techs“, afirmou.
Vale lembrar que Moraes determinou a suspensão do acesso à rede social X no Brasil em agosto de 2024, após a rede social do bilionário Elon Musk descumprir uma série de determinações judiciais brasileiras. Em outubro, a plataforma cumpriu as normas e voltou a operar no país.
Hoje, o presidente Lula se reúne com ministros para discutir diretrizes da Meta nesta sexta. Em declaração na quinta-feira (9), o presidente Lula considerou “extremamente grave” o anúncio feito pela plataforma.
“Eu acho que é extremamente grave as pessoas quererem que a comunicação digital não tenha a mesma responsabilidade de um cara que comete um crime na imprensa escrita”, disse Lula.
Por aqui, seguiremos acompanhando os desdobramentos dessa história e traremos atualizações sobre como essa decisão da Meta poderá impactar as redes sociais no Brasil. 👀
Se 2024 foi o ano de consolidar o marketing de influência como um dos canais mais potentes no mundo digital, 2025 chega com um pacote de tendências que prometem impactar significativamente o mercado.
Um estudo conduzido pela Ad Age, com insights de mais de 30 especialistas em marketing de influência e mídias sociais, revelou as direções que essa indústria bilionária deve tomar nos próximos meses — e, claro, trouxemos ele para você.
O levantamento destaca que não se trata apenas de contratar influenciadores para promover produtos: o marketing de influência está evoluindo para um jogo estratégico, onde dados, criatividade e relacionamento são as peças-chave.
Dentre as tendências apontadas, destacam-se o ressurgimento do conteúdo de formato longo, o foco em comunidades ao invés de celebridades e o crescimento de plataformas como YouTube para campanhas de maior impacto. Para completar, marcas estão repensando suas métricas de sucesso e apostando na colaboração de longo prazo com criadores.
Quer entender o que está por vir? Trouxemos um resumo das 9 principais tendências para você ficar por dentro:
Após anos dominados pelos vídeos curtos no TikTok e Instagram Reels, o conteúdo de formato longo está de volta.
Criadores estão apostando em vídeos mais elaborados e serializados, que permitem conexões mais profundas com o público. Até mesmo no TikTok, os usuários já gastam 50% do tempo assistindo a vídeos com mais de um minuto.
Se o TikTok e o Instagram ainda lideram, o YouTube está escalando como uma das principais apostas de marketing de influência. Com 83% dos adultos nos EUA usando a plataforma e seu status como líder em streaming de TV, marcas estão investindo pesado em criadores que dominam o ecossistema do YouTube.
Adeus ao hype das estrelas inalcançáveis. Agora, as marcas estão priorizando criar laços mais autênticos com suas comunidades, deslocando o foco de grandes celebridades para micro e nano influenciadores ou até mesmo consumidores reais.
Essa tendência reflete uma mudança significativa na forma como o público se conecta com as marcas: as pessoas estão mais propensas a confiar em vozes que consideram “iguais a elas”, em vez de figuras públicas altamente promovidas e distantes de suas realidades.
Esse movimento não é apenas uma resposta ao comportamento do consumidor, mas também uma estratégia mais sustentável para as marcas, que encontram nesses públicos menores e mais engajados um canal de comunicação direto e poderoso.
Afinal, uma comunidade leal pode amplificar a voz de uma marca de forma mais genuína e impactante do que qualquer campanha estrelada por uma celebridade inalcançável.
Esqueça relações transacionais. Marcas estão envolvendo criadores como verdadeiros parceiros estratégicos, usando seus insights para moldar campanhas, prever tendências e até mesmo influenciar decisões criativas.
A época de métricas de vaidade (curtidas e seguidores) está acabando. Agora, o foco está no que realmente importa: engajamento genuíno, alcance qualificado e conversões. Criadores serão cobrados como nunca antes para entregar resultados claros.
Os influenciadores estão explorando novos canais além das redes sociais tradicionais. Boletins informativos, podcasts, TV conectada e até outdoors estão se tornando novas plataformas de engajamento.
Esse movimento é impulsionado pela incerteza em torno de possíveis banimentos, como o do TikTok nos EUA, e pela busca por formas mais autênticas e diversificadas de se conectar com o público.
Essa expansão também é vantajosa para as marcas, que podem aproveitar as diversas plataformas dos influenciadores para alcançar diferentes públicos e criar campanhas mais integradas e impactantes.
Se você acha que o público só interage com conteúdo no feed das redes sociais, é hora de repensar. O conceito de “dark social” está ganhando força, com mensagens diretas, grupos privados e outras formas de mídia social fora do alcance público tornando-se um território essencial para as marcas.
O Instagram, por exemplo, intensificou sua presença com os “canais de transmissão”, que agora permitem que marcas e criadores se conectem diretamente com os usuários, promovendo uma troca de mensagens muito mais personalizada.
Além disso, grupos como o Discord estão sendo cada vez mais utilizados para pesquisas e até para o desenvolvimento de novos produtos.
A galera da influência e do marketing está cada vez mais apegada à inteligência artificial (IA). E não é à toa: as ferramentas generativas de IA (GenAI) estão ajudando os criadores a economizar tempo e energia para focar no que realmente importa — criar. Mas, calma: isso não quer dizer que 2025 será o ano do “tudo feito por IA”.
O objetivo é usar a tecnologia para aquelas tarefas menos glamorosas, tipo pensar em ideias de vídeos com base no que já bomba ou criar títulos e miniaturas. É IA resolvendo o que dá preguiça, enquanto os criadores se concentram no que eles fazem de melhor: ser criativos.
A ideia aqui é usar a tecnologia como aliada, não como substituta.
Em 2024, o social e-commerce atingiu um novo patamar. Com mais de 100 milhões de consumidores nos EUA comprando diretamente pelo TikTok Shop, as plataformas sociais estão se tornando o novo centro de compras.
O TikTok Shop, em especial, viu um crescimento exponencial de vendas durante a Black Friday, e a previsão é que o comércio social continue a crescer.
Além das vendas, o “live shopping” também está em crescente. As marcas estão investindo em transmissões ao vivo para promover seus produtos de uma forma mais autêntica e interativa.
E por aí vai…
Concorda com todas as tendências destacadas por aqui? Ficou alguma fora da lista? Compartilha com a gente.
👋🏽Tchau! Voltamos na próxima semana com novas atualizações e, muio possivelmente, novas polêmicas.
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