bizi | 15.04.25
Não sabemos por aí, mas por aqui, esta semana já começou com cheirinho (de feriado e) de chocolate. A Páscoa 2025 está chegando e todo mundo já percebeu que, assim como o Natal, essa data de origem religiosa se tornou um prato cheio para o comércio.
Mas, talvez, essa edição não seja tão “chocolatuda” quanto nos últimos anos.
A previsão da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) é de que as vendas da Páscoa de 2025 totalizem R$ 3,36 bilhões.
Vale lembrar que, apesar do feriado ser somente no próximo fim de semana, o período de compras começa muito antes — é só ver os corredores de ovos estrategicamente pendurados nos mercados. E também acaba muito depois, principalmente com as promoções que acontecem para a tão aguardada queima de estoque.
Mesmo com a estimativa bilionária, é esperado uma queda de 1,4% em relação ao ano anterior. E essa é a primeira vez que isso acontece nessa época, desde o período da pandemia, em 2021, quando as vendas de Páscoa sofreram uma baixa significativa, mas começaram a se recuperar logo em seguida.
De acordo com a CDC, o principal motivo para isso são os preços.
O chocolate, principal item do menu de Páscoa, está com previsão de alta de quase 19%, a maior da última década. E esse aumento começa lá na origem do produto, na produção do cacau.
Entre os maiores produtores do fruto no mundo, Costa do Marfim, Gana, Camarões, Nigéria e o próprio Brasil, um ponto em comum prejudica a produção: a crise climática. Afinal, fortes chuvas, secas prolongadas, temperaturas elevadas e um ecossistema fora de controle que possibilita o aparecimento de novas pragas e interferências, não poderia resultar em benefícios, não é?
Tomando só o Brasil como recorte, isso fará com que o setor produza 20% menos ovos de chocolate este ano. Em contrapartida, os que forem produzidos estarão 14% mais caros em comparação com o ano passado, de acordo com a Agência Brasil. Já para quem prefere ver o ovo meio recheado, a previsão da FIPE (Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas) aponta que os ovos estarão “apenas” 9,5% mais caros.
Todo esse cenário vai provocar uma baixa na procura pela principal iguaria da data: os ovos de Páscoa.
Segundo estudo da Nexus, só 52% dos brasileiros pretendem comprar ovos de chocolate em 2025. A amostra toda ficou dividida assim:
Para quem vai aderir à caça aos ovos este ano, a generosidade aumenta conforme a idade e a renda familiar:
E para quem não vai aderir, esse não é o fim do mundo — pelo menos, não é o fim da Páscoa.
De acordo com José Roberto Tadros, presidente da CNC, o momento de instabilidade no cenário macroeconômico “força o setor a rever suas estratégias e planos em curto, médio e longo prazo”. E é exatamente isso que as empresas estão fazendo.
Segundo a pesquisa “Celebração e consumo de Páscoa”, realizada pela Hibou, os itens mais procurados não necessariamente levam ovos:
“Estamos diante de uma Páscoa 2.0: menos ovos caros, mais bombons acessíveis. Os dados mostram um consumidor adaptado à realidade econômica, e isso é um chamado para as marcas se reinventarem.”
— Lígia Mello, CSO da Hibou
Ainda nesse artigo do Mundo do Marketing, dados do estudo divulgado pela Uncover, baseado em modelos de Marketing Mix Modeling, mostram como ajustes no funil de vendas podem impactar nos resultados desse feriado.
Enquanto as marcas estão investindo fortemente em campanhas de conversão, o estudo mostra que estratégias que consideram todas as fases da jornada de compra entregam os melhores resultados.
“A abordagem de ‘Funil Completo’ apresentou um ROAS médio de R$ 8,90 — mais que o dobro da estratégia ‘TOPO-FIM’, que obteve R$ 4,20. Estratégias que focam exclusivamente no topo ou no fundo do funil geraram ROAS médios de R$ 4,50 e R$ 3,20, respectivamente.”
— Mundo do Marketing
Não só na cosmovisão cristã, a data aponta para um renascimento. É muito difícil que exista uma marca que dependa exclusivamente da data, então, o recado vale para todas que tentam se beneficiar dela.
Reinventar suas estratégias e oferecer produtos que correspondam ao que os consumidores estão buscando (inclusive, o que seus bolsos podem bancar), é o que realmente vai fazer uma Páscoa 2025 feliz para o comércio.
E por aí, como andam as suas previsões para a Páscoa deste ano?
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