bizi | 29.11.24
De fato, elas incomodam bastante. O relatório The Reykjavík Index for Leadership, da consultoria Verian, que mede a percepção sobre a liderança em 23 setores econômicos nos países do G7, mostrou que cada vez menos pessoas se sentem confortáveis com líderes mulheres.
O índice mede o quão igualitárias são as percepções de gênero no nível da liderança e dá pontuação de 0 a 100 para isso. Uma pontuação 100 representa um cenário onde as mulheres são vistas tão igualmente aptas para liderar quanto os homens.
Mas este ano, o resultado para Canadá, França, Alemanha, Itália, Japão, Reino Unido e Estados Unidos foi bem diferente.
A pontuação em 2024 foi de 68 — a mais baixa desde o início da medição, em 2018. Essa percepção de igualdade atingiu seu pico entre 2019 e 2021, com 73 pontos, mas vem caindo, desde então.
Para Michelle Harrison, CEO da Verian, isso não significa que a percepção sobre lideranças femininas caiu em todos os setores. Em setores como bancário, financeiro e ciências naturais, além de setores tradicionalmente dominados por mulheres, como educação, saúde e cuidados infantis, essa percepção, na verdade, aumentou.
A executiva vê uma confirmação da “masculinização” em setores que já eram tradicionalmente dominados por homens, como defesa, polícia, indústria automobilística e engenharia.
“Vivemos em uma era marcada pela falta de progresso e, em alguns casos, por atitudes cada vez mais regressivas em relação à liderança feminina.”
— Michelle Harrison, CEO da Verian
Especificamente nos EUA, isso provavelmente se refletiu nas eleições presidenciais, um dos momentos mais importantes do país.
Mesmo estando apenas no G20, será que o sentimento é o mesmo aqui no Brasil?
Já trouxemos o assunto aqui outras vezes e, por enquanto, o quadro da liderança feminina por aqui não parece mais promissor do que lá.
Caso você não tenha conferido antes, aqui trouxemos um estudo da B3 sobre mulheres e negros na gestão, e aqui falamos sobre um levantamento do IBGC sobre a presença delas nos cargos de administração.
Vale a pena conferir — e fazer sua parte para mudar essa realidade.
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