bizi | 23.06.23
Já ouviu falar em amor à primeira vista? Acontece com a gente toda vez que você abre o Bizi. Afinal, em cada edição, somos uma news diferente. Na versão de hoje, vamos falar sobre paixão e trabalho, mercado de games no Brasil, campanhas controversas e previsões sobre a IA. Continue acompanhando:
Será que realmente precisamos amar de paixão o nosso trabalho?
Quem nunca ouviu a famosa frase “escolha um trabalho que você ame e não terá que trabalhar um dia sequer na vida”, está vivendo a pressão corporativa da forma errada (contém ironia).
É que, talvez — na verdade, temos praticamente certeza —, o pensador não fazia ideia do tamanho da complicação que isso tudo causaria para a atual força de trabalho.
Pesquisadores do Instituto Geary de Políticas Públicas da University College Dublin, na Irlanda, descobriram que, em alguns casos, separar nossas paixões do trabalho pode ser o mais saudável a fazer.
“Os cientistas analisaram a relação entre traços de personalidade e modalidades profissionais e descobriram que essa combinação gera diferentes tipos de paixão pelo ganha-pão.”
— Revista Trip
Basicamente, são duas:
Se for a primeira, pode seguir para a próxima casinha. Mas, se for a segunda, é bom começar a prestar atenção.
Esse comportamento pode acabar levando ao burnout* e outros transtornos relacionados à saúde mental, que basicamente vai te impedir de se apaixonar por qualquer outra coisa.
*distúrbio emocional com sintomas de exaustão extrema, estresse e esgotamento físico resultante de situações de trabalho desgastante, que demandam muita competitividade ou responsabilidade, segundo o Ministério da Saúde.
Vale lembrar que muita gente pensa no burnout como se a pessoa que sofre com a síndrome odiasse o trabalho desde sempre. Mas não é bem por aí.
De acordo com os pesquisadores, o mundo ideal é encontrar um trabalho que traga alguma satisfação, mas que ela não seja a única.
Ter tempo fora do trabalho para cultivar outras paixões, pensar em outras coisas e, finalmente, viver, é necessário!
Os gamers estão por todos os lados. No Cannes Lions, nas estratégias das marcas e talvez até atrás dessa tela — e isso nem é bait.
A Pesquisa Game Brasil, que já estuda esse mercado há 10 anos, trouxe insights importantes sobre a relação dos gamers com as marcas:
Fonte: Pesquisa Game Brasil
Porém, o sócio da Go Gamers, Carlos Silva, alerta que não adianta entrar na partida de qualquer jeito:
“Isso envolve uma estratégia e não apenas uma ação pontual. Outro ponto que destacamos na pesquisa é que o respeito à cultura gamer precisa ser uma realidade. Isso envolve entender gostos, linguagem e tudo o que faz parte da experiência dos jogadores.”
— Fast Company
Atualmente, segundo a pesquisa, 47% dos brasileiros se identificam com essa cultura.
A Go Gamers é uma das realizadoras da pesquisa, juntamente com o SX Group, a Blend New Research e a ESPM. O estudo entrevistou 14.825 brasileiros, por todo o território nacional, em janeiro deste ano.
Um insight alarmante, que deve ser considerado por marcas que ainda estão considerando prós e contras desse mercado, é a toxicidade do universo gamer.
Infelizmente, comportamentos nocivos e preconceituosos ganharam espaço por ali, principalmente nos últimos anos.
Para Carlos Silva, isso é um reflexo do que também acontece nas redes sociais e fóruns de discussão. Mas ainda não é o fim do jogo.
“Existem inúmeras iniciativas da indústria e da própria comunidade para prever, conter e banir esse tipo de comportamento.”
— Fast Company
Aproveitar os benefícios de um público super fiel e engajado é ótimo, mas ajudar a construir esse mercado e melhorar cada vez mais a cultura dentro dele — com respeito, hein, player? — é melhor ainda.
Vai dar o start?
A nova campanha da Gillette Venus — e sua mascote excêntrica — está dando o que falar.
Para lançar a nova linha de produtos específicos para depilação íntima, a Gillette Venus criou a personagem PPK da Claudia que dispensa muitas explicações.
Podemos dizer que eles estão parcialmente conseguindo.
Não existe um meio termo. Os comentários no perfil oficial da PPK da Claudia no Instagram mostram que ou as pessoas amaram ou odiaram a ideia.
Muitas pessoas gostaram da proposta, da abordagem e da forma como a campanha trata alguns símbolos femininos, muitas vezes opressores para as mulheres.
Já outras, acharam um absurdo, pelos mesmos motivos. PS: grande parte delas também se chama Claudia.
Ao contrário do que muitas pessoas acharam, inclusive, a campanha não foi feita por homens.
“Um time formado majoritariamente por mulheres desenvolveu a campanha, a personagem, a produção e a execução do projeto. A Gillette Venus ainda convidou a Think Eva para participar da curadoria e auxiliar no desenvolvimento da personagem e dos conteúdos.”
— Meio e Mensagem
A campanha foi desenvolvida pela Grey Brasil, com apoio estratégico de PR da Ketchum Brasil e ainda vai contar com a participação de influenciadoras e celebridades contando suas histórias de depilação.
E você, está no time dos que amaram ou dos que odiaram a nova campanha?
Parece até roteiro de filme de fim do mundo, mas esse dado é real. A preocupação com o futuro da inteligência artificial está aumentando na mesma intensidade em que a tecnologia evolui.
Em um encontro de CEOs que aconteceu na Yale University, os líderes chegaram à conclusão que está na hora de levar o risco da IA a sério.
“Estes não são líderes de pequenos negócios. São 119 CEOs das principais companhias do mercado, incluindo o CEO do Walmart, Doug McMillion, da Coca-Cola, James Quincy, os líderes de TI de companhias como Xerox e Zoom, além de CEOs da indústria farmacêutica, imprensa e fabricação.”
— Entreprenuer
Como líderes, eles entendem que seu papel vai além de garantir os lucros da empresa, mas também proteger a humanidade de uma possível extinção pela IA.
No ponto em que estamos, não tem como cancelar a inteligência ou simplesmente resetar tudo que a tecnologia já evoluiu até aqui.
Mas é necessário pensar também nos riscos, juntamente com os ganhos.
Eles entendem que a IA, assim como qualquer ferramenta poderosa, pode ser usada tanto para o bem, quanto para o mal.
O problema é que, diferente de qualquer outra ferramenta que a humanidade já lidou nesse sentido, a IA pode começar a decidir tudo isso por conta própria — e isso pode acontecer muito em breve.
“A inteligência artificial representa um paradoxo. (…) Por um lado, ela pode revolucionar a saúde, educação, transporte e incontáveis setores. Pode resolver alguns dos nossos problemas mais graves, de mudanças climáticas à pobreza.
Por outro lado, ela representa um perigo como nenhum outro. Pode levar ao desemprego em massa, agitação social e até conflito global. No pior dos cenários, pode levar à extinção humana.
É esse paradoxo que devemos confrontar. (…) Temos que garantir que a IA sirva a nós e não o contrário.”
— Entreprenuer
Não é à toa que os governos estão em uma verdadeira corrida contra o tempo para ver quem vai regular a IA primeiro.
A União Europeia, por exemplo, discute uma lei para o tema desde 2021, muito antes de começarmos a falar em ChatGPT e afins.
E até os EUA, que quase nunca interferem em algo por meio do Estado, já estão pensando na criação de uma agência governamental para cuidar da IA.
Aqui no Brasil, um marco regulatório da IA, que classifica os riscos e possibilita a responsabilização do responsável pelo fornecimento ou uso da ferramenta — caso dê ruim — foi enviado ao Senado em maio.
Certamente, não tem como parar o avanço da inteligência, mas ainda podemos ditar para onde ela vai.
Quando você pensa na IA, que imagem vem à sua mente? Exterminação ou progresso?
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