inside: Dados, IA e inovação no Universo TOTVS 2024

bizi | 25.06.24

O Universo TOTVS 2024 foi na semana passada, mas nossa cabeça continua (fritando) lá, com tudo o que vimos nos dois dias de evento. Como prometido, voltamos com a parte 2 desses insights, para falar especialmente sobre tendências e novidades no cenário de dados, IA e inovação.

Caso você não tenha visto a parte 1, ou está chegando agora nessa news, prazer, somos o Bizi e aqui está tudo o que vimos sobre marketing, vendas, gestão e business no maior evento de tecnologia e negócios do Brasil.

Não que esses assuntos não tenham sido importantes e super-relevantes, mas guardamos o melhor para o final. Afinal, o que mais se espera de um evento de tecnologia em 2024 é que ele seja recheado de conteúdos sobre a inteligência artificial e tudo o que a acompanha. E o Universo TOTVS não decepcionou nadinha nessa missão.

Assim, organizamos as ideias aqui em:

  • Dados e IA: da implementação às alucinações e desafios
  • O futuro da inteligência artificial e das tendências
  • Inovação também é o que não muda nos negócios

Vamos aos insights?


Dados e IA: da implementação às alucinações e desafios

Uma das primeiras palestras que vimos, no primeiro dia de evento, foi em um palco que depois descobrimos ser uma estreia no Universo TOTVS. E chegou em boa hora! O PALCO DADOS E IA nos rendeu muitos conteúdos preciosos e trouxemos um resuminho deles por aqui.

Para começar, assistimos uma palestra sobre como a implementação dos dados e inteligência artificial acontecerem na própria TOTVS, com o CDO da empresa, Cristiano Nobrega.

O executivo contou que já tinha uma experiência de mais de 15 anos com esse tema quando foi chamado para o cargo. E esse boom que vimos sobre a IA também não foi novidade para a TOTVS, que já trabalhava há anos com IA preditiva.

Hoje a empresa é tão proficiente no assunto que até preparou um Guia de Inteligência Artificial, onde você pode conferir desde cases de uso até um glossário sobre a tecnologia. A grande novidade foi, então, a chegada da IA generativa.

Segundo ele, o conceito e até a prática da inteligência artificial existem há décadas, mas foi devido à IA generativa, ou GenAI, que estamos aqui hoje, discutindo tanto sobre isso.

Mas também não é por isso que precisamos gastar toda a nossa energia nisso. Para ele, esse é o momento de experimentar, de “peneirar” o que — dentro do grande tema IA — faz sentido para cada operação.

E a parte mais determinante desse processo, de acordo com Cristiano, é justamente treinar a equipe para fazer isso também.

O letramento em IA é um dos pilares da própria TOTVS. Dentro da instituição existe a Universidade TOTVS, com diversas trilhas de conteúdo para cada área e nível de proficiência. O CDO contou, inclusive, que todos os colaboradores que chegam passam por uma balização de conhecimento para que todos estejam no mesmo nível mínimo e prossigam nos aprendizados.

Mas ele também deixa claro que o objetivo principal de todos esses testes é aprimorar e estruturar operações de IA para que isso vire negócio. Em outras palavras, isso precisa virar resultados.

Dados na cultura das empresas

E falando em uma cultura de negócios estruturada, que gere resultados, também anotamos bons insights sobre a tal da Cultura Data Driven.

Ainda no palco sobre dados, Tânia Savaget, Consultora da Wisnet, Lucas Marinho, Gerente Sales Ops da TOTVS, Dante Bitelli, Gerente Executivo da TOTVS TECHFIN, e Isla Marques, Coordenadora da TOTVS, compartilharam um pouco de suas experiências.

Assim como a IA, a cultura data driven também não é novidade. Desde os anos 2000 as empresas mais avançadas em tech trabalham com big data e afins. Mas não tem nem como comparar o volume de dados que tínhamos naquela época com o que temos hoje.

O grande desafio, então, é organizar tudo isso e transformar os dados em decisão. E, diante disso, também é preciso ter segurança e governança em cada etapa desse processo.

Segundo os executivos, assim como é preciso educar os colaboradores para tratarem esses dados, também é vital educar os clientes e o público para lidarem com os dados, inclusive quebrando barreiras de resistência que ambos tenham com o tema. No fim, é papel das empresas que têm essa cultura levá-la adiante para que o mercado possa evoluir como um todo.

  • Segundo dados do MIT, só 4% das empresas estão em um estágio verdadeiramente data driven hoje — ou seja, usam dados para gerar insights;
  • Em outra palestra que assistimos, executivos da TOTVS, juntamente com Rodrigo Maia, CEO e Apresentador do Programa “O Varejista”, disseram que muitas empresas possuem dados, mas poucas estão fazendo a diferença com eles. A maioria ainda opera com decisões tomadas por intuição, bem distantes de uma cultura orientada a dados;
  • E a oportunidade está batendo na porta: profissionais com essa habilidade analítica são muito requisitados no mercado. Essa ainda é uma área nova, com pouca gente.
Mas, antes de ativar o modo turbo nessa proficiência, os painelistas alertam: essa é uma agenda longa, por isso, não precisa ter pressa. É uma cultura para ser implementada e cultivada aos poucos.

E, por último, um recadinho essencial, esteja você começando ou evoluindo na sua cultura data driven:

“Ter uma cultura baseada em dados não significa deixar de ser humano ou tomar decisões emocionais.”
— Palco DADOS E IA,
Cultura Data Driven: o que é isso?

Nem tudo são flores

Nem tudo sai como o esperado na vida e também no mundo tech. A inteligência artificial é um avanço sem precedentes, que promete revolucionar como consumimos, vivemos e fazemos negócios. Mas ela também apresenta desafios que precisam de atenção desde agora.

O primeiro deles com certeza é a regularização da tecnologia e suas ferramentas. Em sua palestra, Cristiano Nobrega adiantou que já existe um Marco Civil da IA em trâmite aqui no Brasil, assim como aconteceu com a internet. Mas ainda temos muitas discussões pela frente até que ele se torne realidade.

Enquanto isso, outro grande problema das ferramentas de IA generativa são as suas alucinações.

Ao mesmo passo que imagens de gatinhos frequentando a academia são inofensivas, outras respostas que mesclam um pouco de realidade e um pouco de invenção, sem que isso seja perceptível, são um grande risco.

No painel “Alucinações da IA generativa e como evitá-las”, o Engenheiro de Software Sênior da Outsera, Thiago Crestani, falou sobre isso.

Partindo do conceito correto, alucinações da IA são respostas de forma coerente, mas com informações incorretas.

Isso acontece porque a GenAI funciona pegando palavras da sentença e tentando prever as próximas palavras. Às vezes, uma dessas previsões dá errado.

Thiago exemplifica dizendo que os LLMs (Large Language Models, os grandes modelos de linguagem que compõem as IAs), são como “um ex-aluno que acabou de sair da faculdade e quer dar uma resposta para tudo, mas não tem muita experiência e pode errar”.

Até agora, são pequenos erros, como trocar a data de um evento histórico ou a cor da pele dos pioneiros norte-americanos. Mas se quem pergunta não tem esse conhecimento ou o hábito de confirmar essas informações de outra forma, isso se torna um perigo.

Segundo o engenheiro, enquanto existir GenAI, vão existir alucinações.

Qualquer informação pode ser distorcida, não só números e datas, e, por isso, esse problema não é fácil de resolver.

Mas também é necessário entender que não tem como resolver totalmente, o que podemos fazer é evitar ou diminuir as alucinações. E a tarefa de casa para isso é treinar as ferramentas com constância e atualizar os dados que as alimentam sempre.

Outras dicas do engenheiro foram:

  1. Aumentar o contexto do prompt: deixe as perguntas e comandos mais específicos, um contexto mais complexo evita mais erros;
  2. Atualizar os modelos: sempre usar as versões mais novas, que já resolvem boa parte das alucinações;
  3. Entender o modelo utilizado: mesmo atualizando as versões, entenda as limitações da base de dados e use as informações com consciência desse fato;
  4. Use modelos em conjunto: quando você tem mais modelos trabalhando em conjunto (por ex.: uma IA cria os dados e outra valida), o processo de verificação é maior;
  5. Tenha datasets de teste: separe perguntas e respostas conhecidas para testar o modelo periodicamente e analisar os resultados; 
  • Bônus. Não deixe a IA criar demais: se você der muito espaço para a tecnologia, ela provavelmente vai se confundir e errar.

Thiago deixou claro que nenhuma IA é perfeita, principalmente agora, que estamos só começando a trabalhar com ela. Mas podemos construir e melhorar cada vez mais a tecnologia.

Cada negócio, uma sentença

Para finalizar essa seção de desafios, um painel sobre governança de dados e segurança em IA, apresentado por Daniel Aviz, Gerente Executivo da TOTVS, e Alestan Alves, Coordenador da TOTVS, também trouxe muitos insights.

Os profissionais dividiram o cenário atual em 2 categorias:

  • A governança tradicional, orientada pela conformidade com a tecnologia, mas só até certo ponto. Ela cogita banir a IA completamente: “ninguém vai usar o ChatGPT aqui” — mas também ninguém vai inovar;
  • E a governança moderna, composta por metodologias flexíveis, baseadas em framework, automações de tarefas e adoção de tecnologias emergentes. Ela abraça as novidades na área, mas com senso crítico e responsabilidade.

Nem precisamos falar qual é o melhor caminho, não é?

Os profissionais conceituaram essa governança como o controle e a ciência sobre todas as camadas de segurança e proteção com relação aos dados e códigos, desde o desenvolvimento da IA até sua aplicação.

Para eles, não existe uma receita de bolo que todas as empresas possam adotar. A governança de dados tem que ser estabelecida de acordo com cada operação, porque nesse processo, vai haver questões muito particulares que precisam ser incluídas.

Mas algumas premissas são comuns para todos como:

  • Data quality: só trabalhe com dados que têm qualidade e relevância;
  • Data culture: todos os envolvidos na operação precisam saber o que acontece e como essa governança funciona;
  • E, claro, transparência e uso responsável da IA: certifique-se de que isso seja garantido a todos os clientes, parceiros e colaboradores, não só porque é lei, mas porque é o certo a fazer para construir uma IA cada vez mais saudável.

O futuro da inteligência artificial e das tendências

Uma das plenárias mais concorridas do Universo TOTVS 2024 sem dúvidas foi a apresentada pelo futurista, consultor e CEO da Signal and Cipher, Ian Beacraft. E o título explica o porquê: “Futuro decodificado: antecipando a inovação de amanhã”.

Para explicar o momento em que vivemos com a IA, Ian comparou a tecnologia com o digital de alguns anos atrás.

Antes separávamos o que é digital do que é analógico; hoje tudo é digital. Da mesma forma, hoje separamos o que é inteligência artificial e o que não é; daqui a pouco, a IA se tornará também a tecnologia sobre a qual construiremos todas as novas ferramentas.

O CEO explica que é difícil de entendermos esse avanço porque, enquanto somos lineares, a IA tem evoluído de modo exponencial. De fato, hoje vivemos em um mundo exponencial, mas ainda pensando linearmente sobre quase tudo.

Tecnologias que levaram 5 ou até 10 anos para existirem, estão dobrando em evolução em menos de 1 ano. Vale ressaltar que o ChatGPT só foi lançado há apenas 18 meses e olha onde já estamos hoje!

Nesse cenário, a transformação dos negócios não é o suficiente. É preciso pensar em regeneração de negócios, prever essa transformação ao invés de só reagir a ela.

Muitas pessoas ainda têm medo de perder seus empregos para a IA, mas Ian garante que ela não é a maior ameaça.

Para ele, uma liderança fraca, a adoção cega a sistemas de trabalho antigos e uma mentalidade tech-first oferecem muito mais riscos que a IA.

Ian desenhou o futuro na frente dos nossos olhos na plenária do Universo TOTVS e ele não será composto por humanos usando ferramentas digitais; mas uma interseção entre humanos, a IA completando as habilidades que não temos e automações para tornar isso possível.

Nosso trabalho, nossos empregos e empresas precisam evoluir para acompanhar esse ritmo.

O futuro são as “companhias de 1 pessoa”

A premissa do executivo está baseada no fato de que, até agora, o mercado pediu por profissionais especialistas. Mas, daqui para frente, ele precisará de profissionais generalistas, que até tenham uma habilidade principal, mas principalmente saibam usar a IA para executar as habilidades que não possuem e preencher todas as lacunas de uma companhia que pode valer 1 bilhão de dólares.

A virada de chave para ele é justamente usar as ferramentas de IA para potencializar os profissionais — algo que falamos bastante aqui no Bizi. Nesse novo normal, projetos que levavam dias para serem executados, poderão ser concluídos no intervalo do almoço. Parece trapaça, mas é apenas a evolução.

O grande potencial da IA, segundo Ian, será tornar coisas demoradas e complexas em tarefas ágeis. Isso nos dará mais tempo para investigar, aprofundar e desenvolver novas (e melhores) ideias.

Por fim, ele deixou claro que o papel principal da IA não é criar, mas automatizar processos. Quem aprender isso, nunca será substituído.


Inovação também é o que não muda nos negócios

Para encerrar esse textão da news de hoje, ao longo dos dois dias de Universo TOTVS 2024 também anotamos diversos aprendizados sobre inovação que, ao contrário do esperado, não são nenhuma novidade.

Podemos até pensar que a inovação só surge de novas ideias, mas, por mais irônico que pareça, em um evento sobre tecnologia, descobrimos que bons e velhos conceitos continuam extremamente pertinentes. Aqui vão alguns deles:

Ouvir o público

No encerramento do primeiro dia de evento, Mônica Souza, Diretora Executiva da Maurício de Souza Produções, filha de Maurício de Souza e a própria inspiração para sua mais famosa criação, falou sobre o principal diferencial da marca da família: ouvir o que o público quer.

Esse tem sido o hack usado pela companhia ao longo dos seus 65 anos de forte atuação no mercado brasileiro.

Mônica contou que quando seu pai recebeu o convite para colaborar com a marca do extrato de tomate “Elefante”, no que seria a primeira parceria comercial da Turma da Mônica, antes de decidir, ele perguntou ao público através do jornal o que eles pensavam sobre isso.

Obviamente, a resposta foi positiva e o personagem Jotalhão virou o sucesso que é até hoje, totalmente sintonizado com os valores e afetos que a Maurício de Souza Produções possui.

Tanto na hora de lançar produtos do próprio portfólio ou estabelecer parcerias com outras marcas, o principal aprendizado da executiva para inovar é ouvir o mercado e acompanhar suas mudanças e demandas.

Para ela, um negócio tem que sempre ser bom para as duas partes: seja outra marca ou o próprio público.

Se concentre no seu negócio

Em continuidade com o hábito de ouvir o público, o CEO da RD Station e Vice-Presidente de Business Performance da TOTVS, Juliano Tubino, também recomenda que, com tantas novas tecnologias, novos dados e metodologias surgindo, você não se desvie do próprio negócio.

Para ele, “o grande pulo do gato” acontece quando as empresas entenderem que não devem usar a IA para lidar com um monte de dados aleatórios, mas para se aprofundar nos dados que sua própria operação está gerando.

Já começamos a perceber, mas o CEO confirmou: estamos entrando em uma era de muita convergência entre tecnologias. Nos próximos anos, tudo o que fazemos como negócio será ainda mais integrado e é claro que novidades vão surgir para tornar isso possível.

Mas, apesar das evoluções, três coisas nunca mudarão nos objetivos de uma empresa:

  • Alcançar mais clientes;
  • Se relacionar melhor com eles;
  • E, por fim, vender mais.

O sucesso de uma empresa será sempre baseado na capacidade de atender essas 3 coisas, de forma cada vez mais eficaz.

A importância de olhar para dentro

Por último, mas não menos importante, o ex-CEO da TOTVS, Laércio Consentino, concentrou seus esforços em mostrar que a IA não é uma coisa totalmente estranha, mas, na verdade, tem um funcionamento bem parecido conosco.

Atualmente presidente do Conselho Deliberativo da Associação Brasileira de Empresas de Tecnologia da Informação e Comunicação (Brasscom), Consentino fez uma comparação comportamental bem interessante entre seres humanos e a tecnologia do momento.

Para ele, a IA mimetiza a forma como o nosso cérebro processa informações:

  • Nos humanos: recebemos informações pelos receptores (1), que são eles visão, audição, tato, olfato e paladar > nosso cérebro (2) processa e transforma isso em energia, que passa pelos neurônios motores, nossos músculos e glândulas (3), e se transforma em ações, reações, emoções e metabolismo (4).
  • Na IA: os sensores e sistemas (1) recebem informações e as transformam em APIs. Uma grande rede (2), recebe esses dados e fazem sua manufatura (recepção, catalogação, armazenamento, enriquecimento, agrupamento, etc.), então ocorre a monetização e esses agrupamentos de dados se tornam soluções (3) que vão impactar o mercado (4).

Para ele, nesse momento não vale a pena sair correndo para fazer coisas com a IA, mas entender o que está acontecendo e, quando finalmente for executar alguma coisa, fazer com calma.

E agora você já sabe que uma das formas de fazer isso é se debruçando sobre o próprio comportamento. Afinal, seja qual for a tecnologia, nós somos os responsáveis por fazê-la existir e evoluir, então, que seja para o melhor caminho.

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