put@ case, meo: O rebranding da Jaguar

bizi | 26.11.24

Como uma news que traz campanhas e insights interessantes do mundo da publicidade, não tinha como deixar o rebranding da Jaguar escapar das nossas edições.

Divulgado na semana passada, o assunto continua quente nas redes sociais e conversas de especialistas e opinadores.

Você já viu como ficou a nova marca? Se não, agora é o momento de conferir, para começarmos essa conversa.

O rebranding

Como um bom rebranding, a Jaguar atualizou seu logo (agora mais minimalista), suas cores (agora mais vibrantes e ousadas) e até os modelos do shooting (agora mais diversos). Mas tudo isso é só a parte estética (e menos importante, diríamos) do rebranding.

Com a “nova era”, a Jaguar promete “explorar novas perspectivas e desafiar fronteiras”. A marca chamou o conceito de “Modernismo exuberante”, com o objetivo de levar a marca para o futuro — nas palavras da própria Jaguar.

E essa nova era é literal. Daqui para frente, a Jaguar deixou claro que vai direcionar seus esforços para os carros elétricos.

Aliás, a estreia global oficial do novo conceito será durante a Miami Art Week, em 2 de dezembro de 2024. Na mesma data, a Jaguar também apresentará seu novo modelo 100% elétrico. De início, será um carro conceito, mas a marca também já prometeu que isso é só o começo.

As impressões a partir do rebranding

Como em 100% dos casos, o rebranding da Jaguar também não agradou a todos. Na verdade, ele desagradou a muitos. 

Enquanto um lado afirma acreditar que a marca encontrou um caminho para se diferenciar das outras grandes montadoras, o outro lado (aparentemente, mais volumoso) afirma que a marca se diferenciou demais, até de suas características principais.

Acontece que, para muitos, a Jaguar foi e sempre será, ou pelo menos, deveria continuar a ser, uma marca “tipicamente inglesa, aristocrática, madura, sofisticada, mas com alta performance e um toque de ousadia.” (Marcos Bedendo para a Exame).

Todas essas características têm um público bem definido deixado de fora da nova estética da empresa. E essa decisão pode ser tudo, menos “sem querer”.

Outras pessoas criticaram a mensagem principal do vídeo da campanha, “Copy Nothing” (“não copie nada”, traduzindo literalmente), dizendo ser contraditória, já que a marca copiou uma série de elementos e erros de outras marcas que optaram por uma nova era mais minimalista.

Na opinião dessas pessoas, o minimalismo não condensa, mas simplifica e reduz o espírito da marca. Já vimos isso acontecer com outras marcas de luxo recentemente, como no caso da Burberry em 2018 (o Bizi ainda não existia, mas a redação já estava de olho).

Porém, vale lembrar que trazer o Copy Nothing foi justamente para mostrar que a marca é fiel aos seus valores. Para quem não sabe, a expressão é o ethos do fundador da Jaguar, Sir William Lyons, e representa exatamente essa busca pelos mesmos valores que orientaram a marca em 1922.

“A Jaguar tem suas raízes na originalidade. Nosso fundador acreditava que ‘um Jaguar não deveria ser cópia de nada’. Nossa visão para a Jaguar hoje é guiada por essa filosofia. A nova Jaguar é construída ao redor do Modernismo exuberante. É criativa, ousada e artística em cada ponto de contato. É única e destemida.”
— Professor Gerry McGovern OBE, CCO da Jaguar

Muito barulho por tudo

Fato é que o rebranding da Jaguar foi alvo de comentários de todos os lados — inclusive de quem não faz parte do público da marca.

Para Galileu Nogueira, especialista em branding (e palestrante do DDDDay), esse foi um movimento estratégico: não para agradar o mesmo público de sempre, mas justamente para atingir um novo público.

Aliás, o próprio CCO da marca já havia previsto essa mudança em 2021, quando a Jaguar já iniciava seu processo de rebranding. Na época, ele deixou claro que o objetivo não era competir com marcas similares, mas praticamente criar sua própria categoria.

“Vamos mudar a Jaguar completamente, ela está sendo totalmente reinventada e a marca será posicionada em um segmento muito mais elevado, com uma oferta mais luxuosa e volumes de produção menores. Ela não competirá no mercado premium convencional com marcas como BMW e Audi.”
— Professor Gerry McGovern OBE, CCO da Jaguar

E por falar na direção executiva da Jaguar, a Diretora de Marketing da JLR Brasil (holding da Jaguar, Range Rover, Defender e Discovery), Camila Yu Mateus, disse que o conceito Copy Nothing é precisamente um jeito de falar que a marca ocupará “um lugar exclusivo, singular e incomparável”.

Ainda é muito cedo

Com o lançamento oficial previsto para daqui a uma semana, obviamente é muito cedo para nós (ou qualquer outra pessoa) dar um veredito sobre os novos rumos da Jaguar.

Ainda precisamos ver mais sobre essa nova era e saber como toda essa teoria vai se comportar na prática, nos novos modelos e no novo posicionamento da marca. 

Mas é claro que, quando se trata de opiniões, temos várias. E a sua, qual é?

Gostou da nova era da Jaguar ou prefere ficar com a versão antiga? Conta pra gente!

Não perca nenhuma novidade!

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